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Bolívia pede explicações ao Brasil sobre 'fuga' de senador

27 ago 2013 - 18h18
(atualizado às 20h15)
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<p>O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, recebe o deputado Ivan Valente, o senador Randolfe Rodrigues, o deputado Elvino Bohn Gass, e o deputado Cláudio Puty, em reunião na Embaixada da Bolívia</p>
O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, recebe o deputado Ivan Valente, o senador Randolfe Rodrigues, o deputado Elvino Bohn Gass, e o deputado Cláudio Puty, em reunião na Embaixada da Bolívia
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Em meio a um estranhamento diplomático entre Brasil e Bolívia, o embaixador do país vizinho no País, Jerjes Justiniano, disse que pediu explicações formais do governo brasileiro sobre a transferência inesperada do senador Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz para Corumbá (MS). Segundo o chefe da missão diplomática, as relações bilaterais não estão ameaçadas, mas é necessário buscar uma solução negociada.

"Buscamos uma solução na qual nenhum dos dois países se sintam agredidos e que seja de consenso", afirmou Justiniano, sugerindo que a extradição fosse uma saída possível. Apesar do governo boliviano acusar Molina de "fugitivo", Brasília o vê como asilado e uma extradição é vista como improvável.

Na manhã desta terça-feira o embaixador boliviano se encontrou com autoridades diplomáticas brasileiras na qual pediu explicações formais do Itamaraty. La Paz ainda aguarda respostas. 

Jerjes Justiniano criticou o fato de o senador ter sido retirado por meio de um carro diplomático. "A Bolívia foi respeitosa ao governo brasileiro. Os veículos brasileiros não foram vistoriados, porque isso é um acordo do direito internacional", alegou.

Para o chefe da missão diplomática boliviana, o senador Pinto Molina "não é merecedor" do salvo-conduto, a permissão dada para o deslocamento para o país que concede asilo político – no caso, o Brasil. "Não oferecer o salvo-conduto é um direito que se tem."

Fuga de senador derruba ministro

O Palácio do Planalto divulgou na segunda-feira que aceitou o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores (Itamaraty), Antonio Patriota. Desgastado pela crise diplomática desencadeada pela fuga do senador boliviano ao Brasil, Patriota será substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil junto à ONU.

Em comunicado lido pelo porta-voz Thomas Traumann, a Presidência afirmou que Dilma agradeceu a "dedicação e o empenho" de Patriota nos últimos dois anos em que ocupou o cargo, e informou que a presidente indicou-o para assumir a missão brasileira na ONU.

Figueiredo estava em Nova York e assume amanhã o novo cargo. Até lá, o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, comanda interinamente a pasta. 

Fonte: Terra
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