Bolsonaro afirma que vai mudar protocolo da cloroquina
Mesmo contra vontade de Teich, que alertou sobre os riscos, o presidente quer que medicamento seja usado no início do tratamento
O presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que o protocolo de uso da cloroquina será mudado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 15, para incluir o uso desde os primeiros sintomas do coronavírus, apesar de o ministro Nelson Teich ter alertado para a falta de comprovação cientifica de eficácia e os efeitos colaterais.
"O protocolo deve ser mudado hoje porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo então. É direito do paciente", disse Bolsonaro ao responder a um apoiador que perguntava sobre o uso do medicamento.
"O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação ele pode ser processado", acrescentou.
O presidente voltou a defender o uso da cloroquina nos últimos dias, depois de ter deixado o assunto de lado por algumas semanas. Apoiadores de Bolsonaro começaram a cobrar pelas redes sociais o ministro Teich depois de ele ter dito que remédio não seria a solução para a epidemia.
Pesquisas recentes não mostram resultados relevantes do uso da cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19.
Ainda assim, atendendo seus apoiadores, Bolsonaro voltou a cobrar do ministério a mudança no protocolo --que só atendia o uso em pacientes graves-- e, na quinta-feira, disse, em reunião com empresários, que estava exigindo a mudança de Teich.
O presidente depois teve uma reunião com o ministro que inicialmente não estava na agenda.