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Bolsonaro cita em um tuíte crise na Venezuela e medidas do novo governo da Argentina

17 dez 2019 - 12h10
(atualizado às 17h52)
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O presidente Jair Bolsonaro usou uma de suas redes sociais na manhã desta terça-feira para fazer o que pode ser visto como uma relação entre medidas tomadas pelo novo governo da Argentina, comandado pelo recém-empossado peronista Alberto Fernández, e a situação da Venezuela, que passa por grave crise na gestão de Nicolás Maduro.

12/12/2019
REUTERS/Adriano Machado
12/12/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Primeiro, Bolsonaro disse no Twitter que "a situação política na Venezuela tem reflexos diretos no Estado de Roraima: aumento da violência e população de rua, piora na saúde e educação, etc".

Na mesma postagem, sem tecer quaisquer comentários, o presidente afirmou que o novo governo da Argentina, que faz fronteira com três Estados da região sul brasileira, "tomou as seguintes medidas".

No tuíte seguinte, Bolsonaro lista as medidas: 1) Dupla indenização para demissão sem justa causa; 2) Elevação do imposto de exportação (grãos); 3) Imposto de 30% para compras no exterior; e 4) Volta da discussão da legalização do aborto.

Pouco depois, questionado por jornalistas para esclarecer os tuítes, Bolsonaro disse apenas que só publicou o que está ocorrendo.

"É interpretação de texto, eu não falei nada. Eu tenho crédito nas minhas redes sociais porque eu não emito opinião, eu posto o que está acontecendo", disse.

Bolsonaro tem defendido abertamente a queda de Maduro na Venezuela. O presidente defendeu também a reeleição de Mauricio Macri na Argentina.

Durante a campanha eleitoral, fez duras críticas à chapa de Fernández --que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice-presidente-- e chegou a cogitar não enviar nenhuma autoridade para sua posse, apesar de o país ser um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

Por fim, Bolsonaro decidiu enviar seu vice, Hamilton Mourão, à posse de Fernández na semana passada.

Mais tarde, questionado sobre se o Brasil estaria preparado a receber refugiados argentinos, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, respondeu no briefing à imprensa que o país está "muito bem preparado para receber os refugiados da Venezuela, aliás há mais de um ano na operação acolhida".

O porta-voz também foi perguntado sobre se o presidente estaria se imiscuindo em ações internas de outro governo, ao comentar as medidas argentinas. Rêgo Barros simplesmente disse que "as preocupações do presidente são atinentes à soberania, como disse na minha primeira fala, do nosso país".

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