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Bolsonaro confirma conversa com deputados após vazamento de áudio sobre liderança do PSL

17 out 2019 - 09h43
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O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira que conversou com parlamentares antes de uma manobra de parte da bancada de seu partido, o PSL, para destituir o líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (GO), e colocar o filho do presidente Eduardo Bolsonaro (SP) no cargo, mas não comentou o conteúdo das conversas e disse que ter sido grampeado seria uma "desonestidade".

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília
15/10/2019
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília 15/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Eu falei com alguns parlamentares, me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com deputados. Eu não trato publicamente desse assunto (PSL), converso individualmente. Se alguém grampeou o telefone, primeiro é uma desonestidade, tá ok?", disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada ao ser questionado sobre áudios que seriam supostamente de suas conversas com parlamentares, vazados na noite de quarta-feira.

Em uma das falas atribuídas ao presidente, divulgada pelo jornal O Globo, Bolsonaro diz que faltaria apenas uma assinatura para "tirar o líder" e ressalta que o líder do partido e o presidente têm o poder de "indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições."

A tentativa de emplacar Eduardo na liderança elevou a temperatura da crise interna do PSL. Na noite de quarta, o grupo de Bolsonaro conseguiu 27 assinaturas para tirar Waldir --uma a mais do que a metade da bancada-- mas foi combatida com outra lista, apresentada pelos deputados alinhados a Luciano Bivar, presidente do partido, com 32 nomes, sendo que cinco deles também constavam da lista dos dissidentes.

Em seguida, o grupo de Bolsonaro apresentou uma segunda lista com 27 nomes, alegando que o grupo de Bivar havia usado uma lista antiga para tentar manter Waldir na liderança.

As duas listas terão ainda que ser checadas pela administração da Câmara e a autenticidade das assinaturas, conferida. Em princípio, a lista que vale é a última apresentada, se não houver erros. Mas a troca precisa ser chancelada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para entrar em vigor.

A disputa, no entanto, escancarou a briga por poder dentro do PSL e diferenças que dificilmente poderão ser resolvidas. Alguns deputados inicialmente aliados do clã Bolsonaro, como Julian Lemos (PB) e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP), assinaram a lista em favor de Waldir contra Eduardo.

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