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Bolsonaro diz que Brasil pode sofrer interferência externa visando eleição de 2022

3 nov 2020 - 09h53
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira em sua conta no Twitter, sem dar detalhes ou apontar evidências que sustentassem suas afirmações, que o Brasil pode sofrer "uma decisiva interferência externa" desde já com vistas a influenciar a eleição presidencial de 2022, quando ele deve buscar a reeleição, como afirmou por diversas vezes.

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília
20/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 20/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Sem elaborar, Bolsonaro aproveitou a eleição presidencial nos Estados Unidos, que será concluída nesta terça-feira e na qual seu aliado Donald Trump buscará a reeleição, para apontar riscos de ingerência de potências estrangeiras no Brasil.

"É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais. Até por isso, no campo das informações, há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências no resultado final das urnas", escreveu o presidente.

"No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando as eleições de 2022", acrescentou.

O presidente também aparentou insinuar, mais uma vez sem dar detalhes ou apresentar quaisquer evidências, que resultados eleitorais que deram vitórias a candidatos de esquerda na América do Sul aconteceram por causa de ingerências externas. Também voltou a apontar o que afirma ser uma cobiça internacional sobre a Amazônia.

"Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda", afirmou.

"Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia."

O presidente dos EUA, Donald Trump, de quem Bolsonaro é declaradamente admirador e para quem o presidente brasileiro já disse torcer na disputa eleitoral contra o democrata Joe Biden, questionou por diversas a votação por correio nos EUA, ao afirmar, sem apresentar provas, de que é sujeita a fraudes, e já indicou que pode judicializar o resultado da eleição.

No passado recente, Bolsonaro também questionou a lisura da votação eletrônica no Brasil e afirmou ter provas --embora jamais as tenha apresentado-- de fraude na eleição presidencial de 2018 que, alegou, o impediram de vencer já em primeiro turno.

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