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Bolsonaro diz que conversará com Guilherme Schelb sobre Ministério da Educação

22 nov 2018 - 14h19
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O presidente eleito Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira que o procurador Guilherme Schelb, defensor do projeto Escola sem Partido e crítico da chamada ideologia de gênero, está cotado para assumir o Ministério da Educação.

Bolsonaro fala com jornalistas em Brasília 20/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro fala com jornalistas em Brasília 20/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Ao sair de um encontro com os oficiais indicados para assumir o comando das Forças Armadas em seu governo, Bolsonaro disse que terá um encontro com Schelb ainda nesta quinta-feira para discutir a possível indicação para o ministério.

O procurador tem sido um militante sobre questões como ideologia de gênero nas escolas, inclusive com palestras e livros vendidos sobre o assunto. O alinhamento com esses temas, confirmou o presidente eleito, é uma das questões que serão levadas em conta para a indicação do ministro da Educação.

"Não tem nada definido, mas esse é um ministério importantíssimo, tem que ser muito bem escolhido", disse Bolsonaro a repórteres.

Schelb, conhecido por defender o projeto Escola sem Partido e criticar o tratamento de temas como sexualidade nas escolas, chegou a publicar em redes sociais um material em que orienta pais e responsáveis a notificar extrajudicialmente colégios dos filhos com o objetivo de proibir a discussão sobre questões de gênero e orientação sexual no ambiente escolar. A ação foi criticada pelo próprio Ministério Público Federal, que emitiu um parecer contrário a sua ação.

Bolsonaro também negou na entrevista que o diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Ramos Neves, tenha sido apresentado a ele como possível ministro da Educação.

"Acho que a intenção de colocar o nome do senhor Mozart como ministro foi tentar fazer com que a bancada evangélica se voltasse contra a minha pessoa. Nem foi cogitado o nome do senhor Mozart para ministro, não procede isso", disse o presidente eleito.

Na quarta-feira, informação divulgada pela imprensa de que Mozart teria sido convidado por Bolsonaro para o Ministério da Educação teve uma reação negativa da bancada evangélica do Congresso, que apoiou Bolsonaro na eleição. O motivo da resistência seria um eventual não alinhamento de Mozart com demandas da bancada.

No início da tarde, o ministro da Transição, Onyx Lorenzoni, afirmou que o nome de Mozart não estava descartado como ministro e defendeu o diretor e a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, que foram atacados por parlamentares e nas mídias sociais quando o nome surgiu como possível ministro.

"Houve coisas desmedidas nos jornais, nas mídias sociais, com pessoas como Mozart e Viviane Senna, que vieram conversar a nosso convite", disse Onyx.

"Houve um conjunto de episódios, na imprensa, em redes sociais, de coisas desmedidas com pessoas como é o caso da Viviane Senna que atendeu um convite nosso para dialogar, assim como o professor Mozart, que tem uma carreira admirável e é respeitado por educadores em todo Brasil", disse Onyx. "Eles receberam ataques sem nenhum fundamento. É uma obrigação ética minha vir aqui e defender essa relação".

CONGRESSO

O presidente eleito minimizou ainda a ideia de que possa vir a ter problemas com o Congresso por não estar negociando cargos do primeiro escalão com os partidos. Ele lembrou que foi eleito apenas com o apoio de seu partido, o PSL, e o de seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB).

"Alguns dizem que não vou ter apoio do Parlamento. Isso pode acontecer, mas eu fiz minha campanha sem partido. Se continuarmos com política de 'toma lá, dá cá' vamos continuar com Estado corrupto e ineficiente", afirmou.

Onyx acrescentou, mais tarde, que está conversando com partidos e já recebeu pelo menos seis presidentes, mas que a relação não será apenas com partidos.

"Já dialogamos com seis partidos nas últimas semanas para mostrar como será interlocução com congresso. Vai ser feito por bancadas por frentes, por regiões", afirmou.

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