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Bolsonaro diz que "não existe isso de fechar o STF"

21 out 2018 - 17h56
(atualizado às 18h00)
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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse que desconhece o vídeo que viralizou nas redes sociais neste domingo em que seu filho Eduardo Bolsonaro diz que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) basta uma soldado e um cabo e completou que quem fala isso precisa procurar um psiquiatra.

Balão com imagem do candidato de extrema-direita à Presidência da República Jair Bolsonaro durante manifestação em SP
REUTERS/Nacho Doce
Balão com imagem do candidato de extrema-direita à Presidência da República Jair Bolsonaro durante manifestação em SP REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Ao ser informado que o vídeo era do filho, o presidenciável disse que a menção foi tirada de contexto. "Não existe isso de fechar o STF e quem falou em fechar o STF tem que consultar um psiquiatra", disse ele a jornalistas na casa do empresário Paulo Marinho.

"Desconheço (o vídeo). Duvido. Alguém tirou de contexto", acrescentou.

No vídeo, ao ser questionado sobre a possibilidade de o Supremo impedir Bolsonaro assumir a Presidência em caso de vitória no primeiro turno, Eduardo disse que se isso ocorresse, o STF teria que "pagar para ver". Não ficou claro quando o vídeo foi gravado.

Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL, afirmou em sua conta no Twitter após a divulgação das imagens que o vídeo foi gravado há quase quatro meses.

"Se o STF quiser arguir qualquer coisa, sei lá, 'recebeu uma doação ilegal de 100 reais do José da Silva, impugna a candidatura dele", eu não acho isso improvável não, mas aí vai ter que pagar para ver", disse Eduardo no vídeo.

"Será que eles vão ter essa força mesmo? O pessoal até brinca lá, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo... O que que é o STF? Tira o poder de caneta de um ministro do STF, o que é ele na rua?", continou. "Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter uma manifestação popular a favor do ministro do STF?"

Nesta tarde, após o escândalo gerado pelo vídeo, Eduardo tuitou negando que tenha defendido o fechamento do STF, afirmando que apenas repetiu uma brincadeira.

"Eu respondi a uma hipótese esdrúxula, onde Jair Bolsonaro teria sua candidatura impugnada pelo STF sem qualquer fundamento. De fato, se algo desse tipo ocorresse, o que eu acho que jamais aconteceria, demonstraria uma situação fora da normalidade democrática. Na sequência citei uma brincadeira que ouvi de alguém na rua", disse Eduardo, que foi reeleito deputado federal por São Paulo.

"Se fui infeliz e atingi alguém tranquilamente peço desculpas e digo que não era minha intenção", acrescentou.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Rosa Weber, que também é ministra do STF, procurou minimizar o vídeo.

"Me foi trazido pela assessoria o vídeo e também me foi trazido que o vídeo já foi desautorizado pelo candidato", disse Rosa em entrevista coletiva no TSE.

"De qualquer sorte, o que tenho a registrar, embora não sendo presidente do Supremo Tribunal Federal e sim do Tribunal Superior Eleitoral, que no Brasil as instituições estão funcionando normalmente...juízes todos no Brasil honram a toga, não se deixam abalar por qualquer manifestação que eventualmente possa ser compreendida como de todo inadequada."

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