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Bolsonaro e Moro têm primeiro encontro após revelação de supostas mensagens sobre Lava Jato

11 jun 2019 - 13h48
(atualizado às 15h42)
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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tiveram na manhã desta terça-feira o primeiro encontro após a publicação das reportagens que mostraram a suposta colaboração entre o então juiz da Lava Jato e os procuradores da operação.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Justiça, Sergio Moro, chegam para cerimônia em Brasília
11/06/2019 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Justiça, Sergio Moro, chegam para cerimônia em Brasília 11/06/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

De acordo com a assessoria da Presidência, os dois conversaram sozinhos por cerca de 20 minutos no Palácio da Alvorada, antes de saírem juntos, de barco, para um evento no grupamento de Fuzileiros Navais, em Brasília.

O ministro da Justiça foi um dos condecorados no evento e passou a manhã ao lado do presidente, mas saiu logo depois do encerramento sem dar entrevistas.

Em nota, o Ministério da Justiça relatou que a conversa entre Moro e Bolsonaro foi "bastante tranquila" e que o tema do encontro foi a divulgação das supostas mensagens do ministro.

"O ministro rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal e explicou que a Polícia Federal está investigando a invasão criminosa. A conversa foi bastante tranquila. O ministro fez todas as ponderações ao presidente, que entendeu as questões que envolvem o caso", disse a nota divulgada pela pasta.

O site Intercept Brasil publicou no domingo reportagens que mostram suposta troca de mensagens entre Moro, então juiz federal responsável pela Lava Jato em Curitiba, e o coordenador da operação, Deltan Dallagnol. Com base no que diz serem arquivos recebidos de uma fonte anônima, o site mostra supostas conversas entre Moro e Dallagnol sobre decisões, andamento das investigações e sugestões de testemunhas. Moro e os procuradores da Lava Jato negam irregularidades.

No Twitter, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coleho (MDB-PE), informou que Moro se colocou à disposição para ir à Comissão de Constituição e Justiça do Senado para prestar esclarecimentos sobre as reportagens.

APOIOS

Na segunda-feira, Bolsonaro evitou se manifestar sobre o caso. Coube aos ministros militares e ao vice-presidente, Hamilton Mourão, fazer a defesa de Moro, ao mesmo tempo que fontes palacianas deixavam claro que a intenção era não trazer a crise para dentro do Planalto.

À noite, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou que o presidente teria um encontro com Moro nesta terça para "traçar uma linha de ação sobre o assunto", já que o ministro passara a segunda em Manaus.

Na manhã desta terça foi a vez do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni --que também não havia se manifestado na segunda-feira-- defender o ministro da Justiça, usando sua conta no Twitter.

"Moro é uma das pessoas mais corretas, capazes e éticas que conheci neste tempo todo aqui em Brasília. Me sinto honrado em compartilhar com ele e cada um do time Bolsonaro a missão de mudar o Brasil", escreveu Onyx.

Em meio à potencial turbulência devido à divulgação das alegadas mensagens, admitida à Reuters na segunda-feira por lideranças parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi ao Twitter nesta terça para afirmar que blindará a Casa de crises em prol da aprovação de reformas.

"Vamos blindar a Câmara de qualquer crise. Nosso esforço e nosso foco está na aprovação das reformas e de todos os projetos que são essenciais para o Brasil. Nada é mais importante do que o resgate da confiança, com o equilíbrio das contas públicas e a geração de empregos no país", escreveu Maia.

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