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Bolsonaro enfrentará hostilidade do governo Biden sobre clima e direitos humanos, diz HRW

13 jan 2021 - 19h21
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O presidente Jair Bolsonaro enfrentará hostilidade em Washington em relação às suas políticas ambientais e de direitos humanos durante a administração de Joe Biden, e cada vez mais pressão para reverter o desmatamento da Amazônia, afirmou um grupo de direitos humanos nesta quarta-feira.

Bolsonaro e Trump se afastam de jornalistas após entrevista coletiva conjunta em Washington
19/03/2019
REUTERS/Kevin Lamarque
Bolsonaro e Trump se afastam de jornalistas após entrevista coletiva conjunta em Washington 19/03/2019 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

O presidente norte-americano Donald Trump, prestes a deixar o cargo, compartilhava da indiferença de Bolsonaro às mudanças climáticas, mas o presidente eleito Joe Biden se preocupa profundamente com essas questões, afirmou o diretor-executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth.

"Bolsonaro é um desses autocratas amigáveis dos quais Trump se aproximou. Ele encontrará tremenda hostilidade em Washington", disse Roth.

Os Estados Unidos se juntarão à União Europeia na condenação do que Bolsonaro está fazendo na Amazônia e por permitir ataques a defensores da floresta, afirmou Roth em uma entrevista coletiva virtual para a publicação do relatório mundial anual da Human Rights Watch.

"Até que a realidade mude, e o desmatamento seja revertido, veremos cada vez mais pressão sobre o presidente Bolsonaro, que não terá mais amigos na Casa Branca", disse.

O desmatamento da Amazônia "disparou" devido às políticas "desastrosas" de Bolsonaro, disse Roth, mas o novo ambiente político tornará mais difícil para ele permitir que madeireiros ilegais continuem "devastando e queimando a Amazônia".

O enfraquecimento na aplicação de leis ambientais também permitiu o crescimento do uso ilegal de queimadas para liberar a terra. O desmatamento chegou ao nível mais alto nos últimos 12 anos em 2020, quando uma área da floresta sete vezes maior do que Londres foi desmatada, segundo o instituto de pesquisa espacial do governo (Inpe).

Bolsonaro afirma que a Amazônia precisa ser desenvolvida economicamente para melhorar a vida dos seus 30 milhões de habitantes.

Ambientalistas dizem que pavimentar estradas através da floresta a matará.

O Palácio do Planalto não respondeu de imediato ao pedido por comentários sobre o relatório da Human Rights Watch que diz que ele minou direitos humanos e sabotou os esforços contra a Covid-19.

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