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Bolsonaro, 'o inflamador': mídia internacional sobe o tom de críticas ao Brasil

Assim como líderes globais, textos na imprensa estrangeira elevam pressão sobre governo brasileiro diante de aumentos nos incêndios na Amazônia.

23 ago 2019 - 12h48
(atualizado às 12h49)
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No site da revista alemã Der Spiegel, Bolsonaro foi descrito como um 'inflamador'
No site da revista alemã Der Spiegel, Bolsonaro foi descrito como um 'inflamador'
Foto: Reprodução / BBC News Brasil

"O Inflamador" é como o site da influente revista alemã Der Spiegel se refere ao presidente Jair Bolsonaro, que segue ganhando grande destaque na mídia mundial nesta sexta (23/8). Vários líderes mundiais - e textos na imprensa - subiram o tom das críticas ao governante brasileiro por sua postura diante da crise das queimadas na Amazônia.

"Desde que o Brasil é governado pelo pregador de ódio de extrema direita Jair Bolsonaro, o mundo olha com preocupação ao principal sistema ecológico da Terra", opina a Spiegel.

A revista relata a desconfiança do presidente de que ONGs estariam envolvidas nos incêndios florestais. "É bobagem, mas combina com a visão de um homem que também acredita que ir ao banheiro uma vez a cada dois dias seria uma boa contribuição para a proteção do meio ambiente", diz a publicação.

No americano Washington Post, reportagem diz que "os sinais da crise (ambiental) estão por todos os lados", citando a nuvem espessa que cobriu São Paulo recentemente e o aumento das discussões sobre a Amazônia nas redes sociais.

"Mas o presidente Jair Bolsonaro, o homem que teria a maior capacidade para conter a crise na Amazônia, não está apenas desdenhando o problema. Está insinuando que isso está sendo orquestrado para prejudicá-lo."

'Com Amazônia incandescente, Brasil enfrenta revolta global', diz reportagem do New York Times
'Com Amazônia incandescente, Brasil enfrenta revolta global', diz reportagem do New York Times
Foto: Reprodução / BBC News Brasil

No New York Times, reportagem de quinta-feira (22/8) afirmava que "enquanto dezenas de incêndios queimavam grandes partes da Amazônia, o governo brasileiro lutava para conter a indignação global quanto a suas políticas ambientais, que pavimentaram o caminho para o desmatamento descontrolado na maior floresta tropical do mundo".

No Reino Unido, o jornal The Guardian afirmou que "Bolsonaro piorou as coisas ao enfraquecer a agência (de fiscalização) ambiental, atacar ONGs de preservação e promover a abertura da Amazônia para mineração, agricultura e madeireiras".

"O líder de extrema direita desconsiderou dados de satélite sobre desmatamento e demitiu o chefe do instituto de pesquisas espaciais (Inpe). Mas não é só culpa dele. O lobby do agronegócio é forte em Brasília e tem continuamente erodido o sistema de proteção (ambiental) tão bem-sucedido entre 2005 a 2014. O desmatamento cresceu nos últimos cinco anos, sob o governo dos presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer", acrescenta o texto.

No site do jornal econômico britânico Financial Times, uma das manchetes desta sexta era "Críticas internacionais aumentam por conta de incêndios na Amazônia", destacando a reação de governos europeus - como o irlandês e o francês - ameaçando não apoiar a ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, tema que deve ser discutido em encontro do G7 neste fim de semana, na França.

A declaração do governo francês de Emmanuel Macron, que acusou Bolsonaro de "mentir" sobre seu compromisso com metas climáticas no encontro de ambos em junho, no G20, estampou a manchete online do jornal francês Le Figaro.

Enquanto isso, o Le Monde afirmou que "a Amazônia paga (o preço pela) política do presidente brasileiro", citando o aumento nas queimadas neste ano em relação ao ano anterior.

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