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Bolsonaro põe militar na Casa Civil e Onyx na Cidadania

13 fev 2020 - 19h16
(atualizado em 16/2/2020 às 12h19)
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Presidente confirma trocas no primeiro escalão e reforça presença militar no governo federal. Chefe da intervenção na segurança do Rio em 2018, general Braga Netto substituirá Onyx, que assume pasta de Osmar Terra.O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (13/02) a saída do ministro Onyx Lorenzoni da Casa Civil, que será agora chefiada pelo general do Exército Walter Souza Braga Netto. Onyx passará a comandar o Ministério da Cidadania, no lugar de Osmar Terra.

Braga Netto é o atual chefe do Estado-Maior do Exército e comandou a intervenção federal na segurança pública do Rio
Braga Netto é o atual chefe do Estado-Maior do Exército e comandou a intervenção federal na segurança pública do Rio
Foto: DW / Deutsche Welle

As trocas no primeiro escalão do governo, antecipadas pela imprensa brasileira na quarta-feira, foram confirmadas pelo presidente em rede social. Segundo ele, a cerimônia de transmissão dos cargos será realizada na próxima terça-feira, 18 de fevereiro, no Palácio do Planalto.

Na publicação, Bolsonaro ainda agradeceu a Osmar Terra "pelo trabalho e dedicação ao Brasil". Com a saída da pasta da Cidadania, ele deverá retomar seu mandato como deputado federal. O jornal Folha de S. Paulo publicou que Terra foi cotado para assumir uma embaixada, mas negou o convite.

Segundo a mídia brasileira, Braga Netto foi convidado por Bolsonaro para assumir a Casa Civil em janeiro, e teria resistido em aceitar a oferta. Antes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também teria sido sondado, mas recusou.

Braga Netto, de 62 anos, é o atual chefe do Estado-Maior do Exército. Antes comandante militar do Leste, ele foi alçado ao cargo após comandar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro por dez meses em 2018, durante o mandato do ex-presidente Michel Temer. Também foi um dos responsáveis pela segurança durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Com a chegada de Braga Netto ao governo, confirma-se o terceiro militar a comandar um ministério abrigado no Palácio do Planalto, ao lado dos generais Augusto Heleno, do GSI, e Luiz Eduardo Ramos, que comanda a Secretaria de Governo.

Entre as demais pastas, outros nomes completam a lista de militares: o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fernando Azevedo (Defesa), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União, CGU).

A Casa Civil é uma das pastas mais importantes, responsável por tratar das ações gerenciais do dia a dia do governo. O último militar a comandar o ministério foi Golbery do Couto e Silva, nos governos de Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985), durante a ditadura militar.

Já a pasta da Cidadania é encarregada da área social do governo. O ministério gerencia programas como o Bolsa Família e tem sob seu leque a Secretaria Especial de Esporte, que substituiu o antigo Ministério do Esporte.

As mudanças no primeiro escalão do Planalto ocorrem apenas uma semana depois de Bolsonaro ter trocado o ministro do Desenvolvimento Regional. Gustavo Canuto foi substituído por Rogério Marinho, que era secretário de Previdência e Trabalho e articulou a reforma no sistema de aposentadoria aprovada no ano passado.

Em pouco mais de um ano de governo, Bolsonaro já fez uma série de trocas e cortes em seus ministérios.

O primeiro ministro a cair foi Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, em meio ao escândalo de candidaturas laranjas do PSL e a um confronto com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Bebianno foi substituído por Floriano Peixoto, que também acabou perdendo o cargo e sendo substituído por Jorge Oliveira.

Depois de Bebianno, foi a vez de Ricardo Vélez Rodríguez perder o comando do Ministério da Educação e ser substituído por Abraham Weintraub. Já o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que estava à frente da Secretaria de Governo, foi demitido após pressão do vereador Carlos Bolsonaro. Em seu lugar, entrou Luiz Eduardo Ramos.

EK/ots

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