Bolsonaro reitera que estado de sítio foi analisado e rejeita tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta segunda-feira que a decretação de um estado de sítio foi analisada após as eleições de 2022, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas rejeitou que tenha havido uma tentativa de golpe de Estado.
"Golpe de Estado é uma coisa séria... Tem que estar envolvido todas as Forças Armadas senão não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais", disse Bolsonaro a jornalistas no aeroporto de Brasília.
"Da minha parte nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe para mim, (eu) ia falar, 'tá, tudo bem, e o 'after day'? E o dia seguinte, como é que fica? Como fica o mundo perante a nós?'", afirmou, acrescentando que a palavra "golpe" nunca esteve em seu vocabulário.
Questionado por jornalistas, o ex-presidente afirmou que, diante do que descreveu como comoção popular, avaliou todas as medidas possíveis "dentro das quatro linhas da Constituição", incluindo a eventual decretação de estado de sítio, o que poderia ensejar uma atuação do Exército.
"Jamais faria algo fora das quatro linhas", afirmou. "É uma loucura falar em golpe, uma loucura."
Para decretar estado de sítio, o presidente precisa da autorização do Congresso Nacional.
"Não convoquei ninguém e não assinei nenhum papel", declarou o ex-presidente.
Na quinta-feira passada, a Polícia Federal indiciou por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito Bolsonaro e outras 36 pessoas próximas a ele após sua derrota na eleição de 2022, incluindo ex-ministros de seu governo e ex-comandantes das Forças Armadas.
Também na quinta-feira, duas fontes com conhecimento direto das investigações disseram à Reuters que a Polícia Federal encontrou indícios de que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva como parte de um golpe de Estado após a eleição de 2022.
Questionado se sabia dos planos para matar Lula e outras autoridades, Bolsonaro negou.
"Esquece, jamais. Dentro das 4 linhas não tem pena de morte."