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Bolsonaro vai se encontrar com líder da extrema direita italiana

30 out 2021 - 16h56
(atualizado às 17h41)
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Conhecido por posições xenófobas, Matteo Salvini deve se reunir com presidente brasileiro em Pistoia, durante homenagem aos pracinhas que morreram lutando contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial.O líder do partido italiano de extrema direita Liga Norte, Matteo Salvini, se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro na próxima terça-feira (30/10), na cidade de Pistoia, região central da Itália.

Salvini ocupou o cargo de ministro do Interior da Itália entre 2018 e 2019. No período, bloqueou navios com refugiados e aprovou medidas contra migrantes
Salvini ocupou o cargo de ministro do Interior da Itália entre 2018 e 2019. No período, bloqueou navios com refugiados e aprovou medidas contra migrantes
Foto: DW / Deutsche Welle

Os dois vão participar de uma cerimônia em frente ao monumento erguido em memória dos quase 500 pracinhas brasileiros que morreram na Segunda Guerra Mundial.

O presidente brasileiro viajou a Roma neste final de semana para participar da cúpula do G20, que reúne as principais economias do mundo, e na próxima segunda seguirá para o vilarejo de Anguillara Veneta, em Pádua, onde nasceu um de seus bisavôs, Vittorio Bolzonaro.

"Estou feliz e orgulhoso de prestar homenagem aos brasileiros mortos durante a Segunda Guerra Mundial, na terça-feira, juntamente com o presidente Bolsonaro: eles deram uma contribuição importante para a libertação da ocupação nazifascista", afirmou Salvini.

Em agosto, subsecretário de Economia da Itália filiado à Liga, o partido de Salvini, renunciou após sugerir que um parque de sua cidade natal fosse renomeado em homenagem ao irmão do ditador fascista Benito Mussolini. A sugestão provocou uma onda de críticas.

O líder de ultradireita e ex-ministro do Interior italiano acrescentou que será "uma oportunidade para reafirmar a profunda amizade que une Itália e o Brasil". Ele ainda falou que agradecerá "o empenho e a seriedade que permitiram ao terrorista comunista Cesare Battisti voltar para a Itália em 2019" - embora Battisti tenha tido seu status de refúgio revogado durante o governo Michel Temer.

Atualmente, Salvini responde a uma ação judicial por ter impedido - na época em que ocupou o cargo de ministro do Interior - o desembarque de um navio com mais de 140 migrantes resgatados no mar Mediterrâneo por uma ONG.

Conhecido por suas posições xenófobas, Salvini já se referiu várias vezes a Jair Bolsonaro como "o meu amigo brasileiro". Ele também tem relações com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente brasileiro, e já participou de lives com o deputado brasileiro. Salvini também já defendeu publicamente a forma como Jair Bolsonaro lidou com a pandemia, que deixou até o momento mais de 600 mil mortos no Brasil.

Isolado internacionalmente, Bolsonaro deve ter uma agenda magra em sua estada na Itália.

Na reunião do G20, sua programação incluiu até o momento apenas um encontro com o presidente italiano Sergio Mattarella - reunião foi uma mera formalidade já que a Itália sedia a cúpula - e uma reunião com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.

Homenagem contestada

Na província de Pádua houve protestos de políticos e até da Diocese local sobre a atribuição do título de cidadão honorário a Bolsonaro, decidida por vereadores de Anguillara Veneta, uma cidadezinha de 4.000 habitantes. A homenagem que foi criticada por causa do histórico antiambiental e anti-direitos humanos do presidente brasileiro.

Um dos frades do convento de Santo Antônio de Pádua, que também visitará o presidente, disse sob anonimato ao jornal local Corriere del Veneto: "Estamos falando de uma pessoa que acaba de ser acusada por seu próprio país de crimes contra a humanidade. Uma pessoa que também, em várias ocasiões nos últimos anos, se confrontou seriamente com o papa Francisco devido ao desmatamento da Amazônia", disse.

Portanto, segundo o jornal, Bolsonaro chegará à Basílica de Santo Antônio apenas como mais um peregrino.

A Diocese de Pádua, na Itália, que engloba Anguillara Veneta, também divulgou na sexta-feira nota afirmando que a concessão de uma homenagem pelo vilarejo Anguillara Veneta a Jair Bolsonaro é motivo de "grande constrangimento".

"Não é segredo que a concessão da cidadania honorária criou um grande constrangimento, ligado ao respeito pelo principal cargo no querido país brasileiro e as tantas e fortes vozes de sofrimento que sempre nos chegam, e não podemos ignorar, pois são gritadas por amigos, irmãos e irmãs", diz o comunicado oficial da Diocese de Pádua.

jps (EFE, DW, ots)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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