Bombeiros controlam incêndio no Museu Nacional do Rio
Chamas destruíram uma das instituições mais importantes do país
Após mais de seis horas de chamas, os bombeiros controlaram, às 2h da madrugada desta segunda-feira (3), o incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
O fogo começara por volta de 19h30 do último domingo (2) e rapidamente se alastrou por todo o prédio, que abrigava um dos principais museus do país e um acervo de mais de 20 milhões de peças, inclusive o crânio de Luzia, a mulher mais antiga das Américas.
O incêndio não deixou feridos e, segundo o Corpo de Bombeiros do Rio, se alastrou também por causa da falta de água nos hidrantes perto do edifício. "Pedimos apoio de carros-pipa e também trouxemos os nossos carros da Baixada Fluminense. Os dois hidrantes mais próximos estavam sem carga", disse o comandante Roberto Robadey. Os bombeiros ainda fazem trabalhos de rescaldo no local.
Antiga residência da família imperial brasileira, o Museu Nacional completou 200 anos de existência em 2018 e era um dos mais antigos das Américas. Seu acervo incluía o Bendegó, maior meteorito já encontrado no Brasil, a maior coleção de múmias egípcias da América Latina, peças etruscas e gregas, além de milhares de itens de paleontologia, como esqueletos de dinossauros.
Uma coleção de invertebrados que fica em um prédio anexo não foi afetada pelas chamas. Segundo o diretor de preservação do Museu Nacional, João Carlos Nara, o dano causado pelo incêndio é "irreparável".
O palácio enfrentava problemas de manutenção havia anos e, segundo a "Folha de S. Paulo", desde 2014 não recebia os R$ 520 mil necessários a cada ano para garantir sua operação.
O presidente Michel Temer se pronunciou apenas pelo Twitter e disse que o incêndio representa uma perda "incalculável para o Brasil". "Foram perdidos 200 anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar", afirmou.