Brasil condena ataque de Israel a escola em Gaza
País acusou governo israelense de 'escalar conflito'
O governo do Brasil condenou "nos mais fortes termos" o ataque de Israel contra uma escola que abrigava deslocados pela guerra na Faixa de Gaza, ação que, segundo o Hamas, deixou mais de 90 mortos.
"O Brasil expressa profunda solidariedade às famílias das vítimas, ao governo e ao povo do Estado da Palestina" e "recorda a exigência, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, de que Israel atue com base no princípio da proporcionalidade, tomando as medidas necessárias para proteger a população civil nos territórios ocupados", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
"O desrespeito a esse princípio tem sido recorrente nas operações militares israelenses na Faixa de Gaza nos últimos 10 meses. O Brasil deplora que, em meio a esforços de negociações para acordo que assegure cessar-fogo, libertação dos reféns e acesso desimpedido ao auxílio humanitário em Gaza, o governo israelense siga adotando medidas que levam à escalada do conflito e afastam ainda mais os povos da região do alcance da paz", acrescenta o Itamaraty.
A nota conclui com um apelo para as partes envolvidas no conflito concordarem com um cessar-fogo "pleno e imediato".
Segundo os serviços de socorro da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo Hamas, o saldo do bombardeio ao complexo escolar Al-Tabai'een, na Cidade de Gaza, é de pelo menos 93 mortos, incluindo 11 crianças e seis mulheres.
Israel, por sua vez, disse que o balanço é "exagerado" e "não corresponde às informações disponíveis". Segundo o Exército, a ação matou cerca de 20 "terroristas".