Brasil criará posto de acolhimento para deportados dos EUA
Chanceler pediu que voos atendam requisitos mínimos de dignidade
O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (28) a criação de um centro de acolhimento humanitário em Minas Gerais para receber os cidadãos deportados dos Estados Unidos.
A medida foi comunicada pela ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e foi decidida pouco tempo depois de 88 pessoas desembarcarem algemadas e acorrentadas no Aeroporto Internacional de Manaus, no Amazonas, em um avião fretado pelos EUA, o que gerou muitas críticas.
"Após conversarmos com o presidente Lula, fomos autorizados a começar as tratativas para criar em Confins um centro de atendimento humanitário", afirmou a ministra em uma breve coletiva de imprensa.
Evaristo garantiu que os brasileiros deportados em razão das duras medidas anti-imigração americanas receberão apoio adequado, além da possibilidade de "encontrar ocupação".
Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que os EUA precisam atender os requisitos mínimos de dignidade durante as operações de deportações de brasileiros do país. O chanceler também descartou o uso da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar os cidadãos.
"Discutimos formas de tratar o tema e de se discutir com as autoridades americanas para que as repatriações sejam feitas atendendo os requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos", afirmou Vieira, que classificou o episódio como "trágico".
Os dois ministros conversaram com a imprensa após uma reunião no Palácio do Planalto com Lula e representantes da FAB e da Polícia Federal (PF). .