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Brasil espera relação civilizada com EUA sob Trump, diz Amorim

6 nov 2024 - 16h29
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O assessor especial da Presidência, embaixador Celso Amorim, avaliou nesta quarta-feira como "perfeitamente possível" que o Brasil tenha uma relação normal e civilizada com os Estados Unidos sob a liderança do republicano Donald Trump, vencedor das eleições presidenciais norte-americanas.

Em entrevista à Reuters, Amorim lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve boas relações com os EUA enquanto George W. Bush, outro republicano, era o presidente por lá, com diversos encontros bilaterais durante sua primeira passagem pela Presidêndia, mesmo com críticas brasileiras à guerra no Iraque empreendida naquele momento.

"É perfeitamente possível ter uma relação civilizada", disse o embaixador à Reuters. "A expectativa é que se possa ter uma relação normal. Uma relação de um Estado grande para outro Estado grande. Embora, claro, eles sejam uma potência militar e técnica muito maior do que nós", avaliou Amorim.

Para ele, o Brasil precisa manter um diálogo permanente com os EUA, até mesmo levando-se em conta a geopolítica mundial.

"Pode até discordar eventualmente", disse. "Mas será civilizado."

Questionado, o embaixador negou que declarações do presidente Lula na semana passada afirmando que uma vitória da democrata Kamala Harris contra Trump seria um caminho mais seguro para a democracia possam atrapalhar as relações entre os dois países.

"Ele manifestou simpatia, disse que votaria nela. Mas não fez campanha", disse. "Ele demonstrou a simpatia que ele tinha, que é natural, sobretudo em função da relação que ele já tinha com o (atual presidente Joe) Biden e das características. O Brasil já teve uma mulher presidente, tem um grande apreço pela questão racial também", afirmou Amorim.

Os EUA são um importante parceiro comercial do Brasil, o segundo maior destino das exportações brasileiras.

O embaixador citou nota divulgada mais cedo pelo presidente Lula parabenizando Trump pela vitória, desejando "sorte e sucesso", e afirmando que o mundo precisa de "diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade".

No mais, relatou, Lula foca sua atenção na reunião de cúpula do G20, marcada para a semana que vem no Rio de Janeiro.

"O Brasil quer trabalhar nesse campo da multipolaridade, com grande respeito, naturalmente, aos Estados Unidos, que são um grande país, e eventualmente discordando em um ponto outro, isso é normal."

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