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Brasil vai testar medicamento em 500 pacientes de Covid-19, diz Ciência e Tecnologia

15 abr 2020 - 12h53
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O Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou nesta quarta-feira que vai iniciar um teste com 500 pacientes de Covid-19 em sete hospitais do país com um medicamento já existente, cujo nome não foi divulgado, que obteve 94% de eficácia contra o novo coronavírus em ensaios com células infectadas.

Agentes de saúde transferem paciente do novo coronavírus em ambulância em Manaus
14/04/2020
REUTERS/Bruno Kelly
Agentes de saúde transferem paciente do novo coronavírus em ambulância em Manaus 14/04/2020 REUTERS/Bruno Kelly
Foto: Reuters

O medicamento obteve sucesso contra o coronavírus em testes realizados pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) entre um total de 2 mil remédios testados, dos quais seis seguiram para testes com células infectadas e dois reduziram significativamente a carga viral em células, o melhor deles com 94% de eficácia, de acordo com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

"Esse ensaio clínico vai ser com pacientes internados porque a gente precisa acompanhar dia a dia, fazer o controle da carga viral e demais exames, por isso ele precisa estar internado", disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

"O acompanhamento precisa ser feito de maneira muito precisa. Isso é feito de forma extremamente científica, para que a gente não tenha dúvida", acrescentou.

De acordo com o ministério, o medicamento que será testado é de baixo custo, bem tolerado e sem efeitos colaterais graves, o que significa que pode ser usado por pessoas de diversos perfis.

O ministro afirmou que o medicamento não será identificado por enquanto para evitar uma eventual corrida às farmácias sem que os testes clínicos tenham sido concluídos. Pontes ressaltou, no entanto, que não se trata da cloroquina, medicamento que tem sido usado em alguns casos contra o coronavírus, apesar da falta de comprovação de eficácia em testes.

O teste clínico aprovado pelo ministério será realizado por cinco dias, e depois os pacientes ficarão nove dias em observação. Os pacientes serão escolhidos de forma aleatória e não saberão qual é o medicamento utilizado, mas terão que concordar com a testagem. Nem mesmo os médicos saberão qual é a medicação utilizada, seguindo os critérios da testagem.

"Nossa expectativa é que nas próximas semanas a gente tenha um resultado", afirmou. "Quando a gente chegar no resultado final, pode ter certeza que foi testado da maneira que precisa ser testado e poderá ser usado no Brasil e no exterior."

Os testes serão realizados em pacientes internados em cinco hospitais do Rio de Janeiro, um em São Paulo e um em Brasília.

"Se isso funcionar, no máximo na metade de maio, que será um momento crítico, nós teremos um tratamento com um remédio que praticamente não tem efeitos colaterias, desenvolvido pela pesquisa brasileira com todo o rigor científico. Basicamente, a gente consegue controlar essa epidemia no Brasil", disse.

Não há no mundo, até o momento, um tratamento com eficácia comprovada cientificamente para Covid-19.

O Ministério da Saúde estima que o pico do coronavírus no país se dará entre 17 de maio e o início de agosto.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou na terça-feira o maior número diário de mortes em consequência do novo coronavírus, com 204 óbitos, totalizando 1.532. O país já confirmou 25.262 casos de Covid-19.

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