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Brasileiro tem variante indiana de Covid-19 confirmada após desembarcar em Guarulhos e voar ao Rio

26 mai 2021 - 11h08
(atualizado às 16h05)
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Por Pedro Fonseca

Pessoas aguardam para vacinação contra Covid-19 em Kolkata
 12/5/2021 REUTERS/Rupak De Chowdhuri
Pessoas aguardam para vacinação contra Covid-19 em Kolkata 12/5/2021 REUTERS/Rupak De Chowdhuri
Foto: Reuters

RIO DE JANEIRO (Reuters) -Um brasileiro proveniente da Índia teve caso confirmado da variante indiana de coronavírus pelo Instituto Adolfo Lutz, informou nesta quarta-feira a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, depois que o passageiro desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos oriundo de um voo da Índia e seguiu para o Rio de Janeiro.

A variante indiana é considerada mais transmissível do que a forma tradicional do vírus e tem sido apontada como responsável por uma explosão de casos de Covid-19 na Índia recentemente, que transformou o país asiático no novo epicentro da pandemia.

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, o passageiro que teve a variante indiana diagnosticada, de 32 anos, foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é responsável pelo monitoramento nos aeroportos.

No entanto, ele embarcou em um voo doméstico para o Estado do Rio de Janeiro, após desembarcar em Guarulhos.

"O órgão federal informou à pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. A amostra positiva foi enviada ao Lutz e o sequenciamento finalizado nesta quarta-feira", disse a secretaria estadual em nota. Do Rio, o passageiro seguiu para a cidade de Campos dos Goytacazes, onde mora.

Diante dessas informações, a Anvisa divulgou nota informando que não foi responsável pela testagem do passageiro em questão e que não faz testes em aeroportos. A agência informou que fiscaliza e exige teste PCR feito até 72 horas antes do voo internacional, e que o passageiro apresentou um teste negativo e estava assintomático.

"A agência abordou esse passageiro e mais outros 12 viajantes, antes da imigração, e lavrou para todos um Termo de Controle Sanitário do viajante. As informações relativas à chegada de 13 viajantes provenientes de área de risco foram enviadas, na sequência, para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional e local. No Termo de Controle Sanitário, o viajante deve informar o local onde cumprirá quarentena", informou, em nota.

O teste feito pelo passageiro, acrescentou a Anvisa, não foi feito por ela, mas por iniciativa do próprio, que procurou um laboratório no próprio aeroporto, e recebeu o resultado positivo quando já estava no Rio de Janeiro. A agência também foi informada do resultado pelo laboratório.

CASO DE ALERTA

Segundo a Secretaria de Saúde de SP, as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto aos municípios foram iniciadas imediatamente após ser comunicada pela Anvisa. A secretaria acrescentou que ainda não há registros de um caso autóctone desta linhagem no Estado de São Paulo.

"Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso", afirmou.

O homem que testou positivo para a variante indiana trabalha, segundo o subsecretário de atenção à Saúde de Campos, Charbell Kury, para uma empresa de petróleo que tem atividades na Índia. Ao desembarcar em São Paulo, o homem e outros dois colegas de trabalho, que estavam no mesmo voo vindo da Índia, fizeram um teste para Covid. Os três teriam passado dois meses embarcados.

De acordo com Kury, somente ao desembarcar no Rio de Janeiro o homem tomou conhecimento que havia testado positivo para Covid-19. Ainda assim, ele seguiu de carro guiado por um motorista para Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro.

O homem passou uma noite em um hotel local e depois foi hospedado em um hotel sanitário. Ele segue sendo monitorado, e pessoas que tiveram próximas estão sendo contatadas.

"Esse caso serve de alerta e de aviso para a vigilância sanitária brasileira, porque algum tipo de vigilância tem que ter", disse à Reuters o subsecretário, referindo-se a pessoas provenientes de regiões com novas variantes.

"Os exames que eles fizeram foram feitos por orientação da empresa deles, pois faz parte do protocolo. O exame foi processado em Guarulhos e, enquanto isso, pega a conexão para o Rio de Janeiro", disse o subsecretário. Os outros dois, que não testaram positivo, voltaram para casa e ficaram em isolamento domiciliar.

"As novas coletas vem dando negativo, e os três passam bem", acrescentou.

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