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Butantan nega estremecimento com Anvisa por interrupção de teste da CoronaVac

12 nov 2020 - 13h51
(atualizado às 14h48)
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O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, negou nesta quinta-feira que tenha havido um estremecimento na relação da entidade com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após a breve interrupção dos testes da CoronaVac, e garantiu que a paralisação não interferiu no andamento da vacinação dos voluntários.

Caixas da vacina da Sinovac contra a Covid-19
24/09/2020
REUTERS/Thomas Peter
Caixas da vacina da Sinovac contra a Covid-19 24/09/2020 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

"De forma alguma, não houve nenhum estremecimento", disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo. "O relacionamento do Butantan com a Anvisa, apesar deste episódio, foi mantido em bom nível".

O presidente do Butantan afirmou que o relacionamento do Butantan com a Anvisa precisa ser estreitado, e isso tem de partir dos dois lados, já que ainda caberá à agência seguir acompanhando os testes com a potencial vacina, desenvolvida pela chinesa Sinovac e cujo estudo no Brasil é liderado pelo Butantan, assim como decidir sobre o registro do imunizante e analisar a produção local dele pelo instituto paulista.

Covas disse, por outro lado, que a comunicação entre o órgão de pesquisa e a agência reguladora precisa melhorar e disse que "questiona um pouco" a forma que a Anvisa anunciou a interrupção dos testes na segunda-feira, informando-a à imprensa sem antes pedir esclarecimentos ao instituto.

"Temos ainda muitos processos em andamento na Anvisa e esse relacionamento tem que ser estreitado sim. Nós não podemos nos comunicar com a Anvisa através de comunicados de imprensa. É isso que nós esperamos, que haja uma transparência absoluta de ambas as partes", disse.

O presidente do Butantan também disse que a interrupção, que durou da noite de segunda à manhã de quarta não impactou na inclusão de voluntários nos testes com a CoronaVac.

"Dois dias não vão interferir no andamento da vacinação dos voluntários", assegurou.

A Anvisa decidiu determinar a interrupção dos testes na segunda-feira após um evento adverso grave com um voluntário, sem detalhar a natureza deste evento e apesar de Covas afirmar ter se tratado de um caso que não tinha relação com a vacina.

Na terça, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a polícia investigava a morte de um voluntário como suicídio.

Na quarta, a Anvisa autorizou a retomada do estudo clínico, afirmando que tomou a decisão depois de receber do Butantan informações sobre a causa do evento adverso, a posição do comitê independente que acompanha a pesquisa e o boletim de ocorrência policial sobre o caso. A agência afirmou que não havia recebido essas informações anteriormente.

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