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Câmara aprova intervenção federal no Rio de Janeiro

20 fev 2018 - 07h20
(atualizado às 08h31)
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Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão para votação do decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão para votação do decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta terça-feira, após mais de 6 horas de discussão, o decreto que trata da intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, nomeando um general do Exército como interventor para coordenar o combate à violência.

Por 340 votos favoráveis a 72 contrários, com 1 abstenção, os deputados aprovaram o decreto presidencial, que ainda precisa ser analisado pelo Senado. Os senadores devem votar a medida ainda nesta terça.

A relatora da proposta, deputada Laura Carneiro (MDB-RJ), incluiu duas sugestões ao Poder Executivo em seu parecer. Ela pediu que o governo federal apresente recursos em caráter continuado para segurança pública e áreas de assistência social, e também sugeriu que o Poder Executivo regulamente o poder de polícia das Forças Armadas e estabeleça diálogos com o Ministério Público e o Judiciário para o controle externo da operação.

"Durante dez meses, seriam necessários cerca de R$ 250 milhões adicionais para custeio e investimento das ações de intervenção, recursos de que o Estado do Rio de Janeiro não dispõe", afirmou a deputada, segundo a Agência Câmara Notícias.

Enquanto a maioria dos deputados governistas posicionou-se favoravelmente à medida, lideranças da oposição criticaram o fato de o tema não ter sido mais detalhado antes do envio à Câmara.

O líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), por exemplo, defendeu que a proposta fosse melhor discutida e que não poderia ser votada "no escuro". O líder do Psol, Ivan Valente (SP), afirmou que o governo optou pela intervenção para que sirva de "cortina de fumaça" para desviar o foco e tirar o governo da situação desconfortável de admitir que não tem os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência.

A Constituição estabelece que seu texto não poderá ser alterado na vigência de uma intervenção federal. Isso impacta diretamente na votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, que tinha o início de sua discussão previsto para esta semana. Com a intervenção, o tema foi enterrado.

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