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Cardozo: empresas envolvidas na Lava Jato devem ser sanadas

21 nov 2014 - 19h55
(atualizado às 19h55)
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<p>Não podemos, a partir de suposições, ilações ou indício, tirar conclusões definitivas, disse José Eduardo Cardozo</p>
Não podemos, a partir de suposições, ilações ou indício, tirar conclusões definitivas, disse José Eduardo Cardozo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta sexta-feira que as empresas acusadas de pagar propinas aos diretores da Petrobras para conseguir contratos com a companhia sejam “sanadas” para não prejudicar a economia do país. Na opinião de Cardozo, os corruptos devem ser punidos, mas a economia não pode ser “atingida”.

“É fundamental que quem praticou atos ilícitos seja punido. Mas ao mesmo tempo temos que fazer com que a economia do país não seja atingida. Acho que esse é um grande desafio. É necessário, primeiro, punir com provas", afirmou o ministro.

"Não podemos, a partir de suposições, ilações ou indício, tirar conclusões definitivas. Mas, havendo a demonstração de ilícitos, que se puna. Mas temos que ter uma política que também favoreça às empresas, (de modo que) sejam sanadas, como acontece em todo o mundo”, completou.

Segundo o mandatário da Justiça, o Brasil tem legislação que permite fazer esse saneamento, ao mesmo tempo em que garante a punição dos envolvidos. Para o ministro, operações que expõem a corrupção - como a Lava Jato - também têm grande efeito “conscientizador” na sociedade, que faz com que as pessoas reajam contra os erros de agentes públicos.

'Efeito conscientizador'

Diversos dirigentes de empreiteiras foram presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Cardozo foi questionado sobre as grandes obras, atualmente tocadas por essas empresas, e a chance de serem paralisadas, em decorrência das denúncias de corrupção.

“Investigações de combate à corrupção são exemplares. Elas se colocam para a sociedade como conscientizadoras daquilo que não pode se repetir, daquilo que não deve ocorrer, de como deve se comportar aquele que atua perante a máquina pública", avaliou Cardozo. "Portanto, investigações dessa natureza, além de permitir a responsabilização de quem deve ser responsabilizado, tem uma ação conscientizadora de valor inestimável”.

O ministro associou também os casos de corrupção com o atual modelo de financiamento de campanhas, e voltou a defender a reforma política.

“Uma das causas que gera corrupção é o nosso sistema político, que gera um modelo de financiamento eleitoral absolutamente impróprio e anacrônico. É necessário que a sociedade brasileira não só puna os corruptos- e é importante que puna -, mas que também ataque as causas da corrupção”, disse.

Agência Brasil Agência Brasil
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