Caso Embelleze: suspeitos de manipulação transferiram dinheiro de empresário no dia da morte dele, diz polícia
Investigações apontam que ex de Itamar Serpa, Monque Elias, criou 'personagem' para influenciar marido a se afastar da família
Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelaram que a quadrilha suspeita de desviar R$ 122 milhões do empresário fundador da Embelleze, Itamar Serpa Fernandes, fez transferências bancárias em nome do empresário no dia de sua morte, em 18 de julho de 2023. A ex-mulher de dele, Monique Elias, recebeu mais de R$ 74 milhões em cotas da empresa, após enviar e-mails para influenciar o ex-marido a se afastar da família.
Em junho de 2023, aos 81, Serpa foi internado em um hospital com um sangramento no fígado. Ele permaneceu hospitalizado até morrer no mês seguinte. Neste período, João Carlos, filho de Monique, chegou a retirar mais de R$ 415 mil da conta do empresário, transferindo o valor para sua própria conta bancária, segundo a polícia contou à TV Globo. Parte desse montante, R$ 700, foi enviada para Matheus Palheiras, que era amante de Monique e, em seguida, se tornou seu marido.
De acordo com a reportagem do Fantástico, Monique, Matheus e João Carlos foram indiciados pelos crimes de estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa, além de serem investigados por lavagem de dinheiro. A polícia estima que o valor total desviado ultrapassou R$ 122 milhões, incluindo cotas da empresa, um apartamento na Barra da Tijuca e uma fazenda em Valença, no Sul Fluminense.
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A manipulação de Serpa foi realizada através de e-mails enviados pela falsa identidade Jéssica Ferrer, uma personagem que, na verdade, era a própria Monique. Com as mensagens, ela persuadiu o empresário a tomar decisões que a beneficiaram financeiramente, como mudanças no testamento e a criação de duas apólices de seguro de vida em favor dela, no valor de R$ 28 milhões.
Nas mensagens trocadas, a personagem fictícia alertava Serpa sobre supostas conspirações contra ele. "Ninguém em seu ambiente de trabalho é de sua inteira confiança", escreveu em uma das mensagens. Juntos, os e-mails somam 2 mil páginas.
Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) informou ao Fantástico, os envolvidos foram formalmente indiciados. Monique também é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro.
À Globo, Monique Elias alegou ser vítima de uma campanha para destruir sua reputação e afirmou que confia na Justiça brasileira, justificando que "mais uma vez, uma mulher honesta, que construiu família e tem três filhos do falecido, esteja sendo vítima de uma campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade, antes do devido processo legal". A defesa de Matheus Palheiras e João Carlos não retornou os contatos da reportagem.