Censo: homens morrem mais do que mulheres em todas as faixas etárias até 80 anos
Situação só se inverte nos grupos de idades mais avançadas, em que a população feminina é maior do que a masculina
Dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022 e divulgado nesta sexta-feira, 25, mostram que homens brasileiros morrem mais do que as mulheres em quase todas as faixas etárias. A situação só se inverte nos grupos de idades mais avançadas, a partir dos 80 anos, em que a população feminina é maior do que a masculina.
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"Esse comportamento ocorre devido à maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários, logo, em uma certa idade o número de mulheres sobreviventes é maior que o de homens e com isso também será o maior número de óbitos femininos em relação aos masculinos", explica Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.
Segundo o Censo, entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram informados um total de 1.326.138 óbitos no País, sendo 722.225 óbitos (54,5%) para o sexo masculino e 603.913 (45,5%) para o sexo feminino. A maior diferença no número de óbitos acontece na população com 15 a 34 anos, em que as mortes do sexo masculino são bem mais numerosas do que as do feminino.
"Isso está relacionado a uma quantidade maior de mortes por causas externas, ou violentas, que afetam menos as mulheres. Como exemplo, estão os acidentes de trânsito e homicídios", afirma Izabel.
Ainda de acordo com os dados, a maior participação de óbitos masculinos -- calculado pelos óbitos de homens divididos pelos de mulheres -- está no grupo de 20 a 24 anos. Nessa faixa etária, ocorreu 371 óbitos masculinos para cada 100 femininos, ou seja, uma sobremortalidade masculina de aproximadamente 3,7 vezes.
Sobremortalidade por estado
Conforme o IBGE, Tocantins é o estado com a maior sobremortalidade masculina, com 150 óbitos masculinos para 100 óbitos femininos -- sobremortalidade de 1,50 vezes.
Depois, aparece Rondônia (1,48), Roraima (1,47), Mato Grosso (1,42), Amapá (1,41), Amazonas (1,37) e Pará (1,36). A menor sobremortalidade masculina foi encontrada no Rio de Janeiro (1,05). A média nacional é 1,20.
Já no grupo de 20 e 39 anos, que é o mais sujeito às mortes por causas externas ou violentas, Sergipe é o estado com a maior sobremortalidade masculina em relação à feminina, com 3,49 vezes. Na sequência, estão Ceará (3,35), Rondônia (3,31), Bahia (3,29) e Tocantins (3,28).
As menores sobremortalidades masculinas nessa faixa de idade foram encontradas em Roraima (1,85), São Paulo (2,16) e Rio de Janeiro (2,21).