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Chioro diz que cubanos no Brasil são livres e sabiam do contrato

Em sessão na Câmara, ministro da Saúde falou sobre o programa Mais Médicos do governo federal

19 mar 2014 - 17h38
(atualizado às 17h50)
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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, fala sobre o regime de contratação dos médicos cubanos no Mais Médicos
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, fala sobre o regime de contratação dos médicos cubanos no Mais Médicos
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Em uma sessão marcada por bate-boca e acusações na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, elogiou o programa Mais Médicos e lembrou que a política foi adotada para suprir a falta de profissionais e serviços de saúde no País. Chioro foi o primeiro a ser ouvido na Casa desde que os parlamentares decidiram convidar autoridades do governo para prestar esclarecimentos sobre suas pastas.

Durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, convocada para tratar sobre o regime de contratação dos médicos cubanos pelo governo brasileiro no programa, Chioro descartou qualquer perseguição a esses profissionais e disse que os médicos cubanos sabiam de todos os detalhes da contratação quando assinaram o contrato do programa. "Aqui eles são livres. Até o momento, sete médicos cubanos abandonaram o programa", afirmou o ministro.

Chioro reconheceu que há problemas no atendimento médico no País e garantiu que o governo programou investimentos em postos de saúde e equipamentos para serem feitos ao longo dos próximos anos. Segundo o ministro, também está prevista a abertura de 12,4 mil vagas nas faculdades de medicina do País até 2018. Para ele, todos os formandos no curso deveriam fazer um ano de residência em medicina da família antes de escolher a especialização.

Parlamentares do DEM, que estão entre os maiores críticos do Mais Médicos, questionaram os contratos firmados com o governo cubano. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que 80% dos 6,6 mil médicos recrutados pelo programa são cubanos "e recebem menos de 25% dos R$ 10 mil pagos como salário aos outros integrantes".

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é médico, criticou as contratações feitas por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O ministro explicou que a única diferença no contrato assinado pelos médicos da França, do Chile e da Itália é que o acordo é individual.

Sem as respostas que esperava, Caiado disse que espera o resultado da análise do Ministério Público do Trabalho para adotar outras providências em relação ao programa, mas não antecipou que estratégias poderá adotar.

Na audiência, o ministro falou também sobre o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em duas situações, por ele e sua família. Chioro afirmou que os embarques foram regulares nas duas ocasiões e que, por isso, não pretende devolver o dinheiro equivalente ao transporte.

Perguntando sobre denúncia de fraude em licitações na área da saúde , Chioro lembrou que, antes das informações serem divulgadas pela imprensa, o governo já tinha iniciado auditoria sobre os contratos de prestação de serviços.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
 

 

Agência Brasil Agência Brasil
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