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3ª envolvida na morte de João Alberto é presa

Justiça já tinha decretado a prisão preventiva dos dois seguranças do estabelecimento. Fiscal aparece em gravações intimidando testemunha

24 nov 2020 - 19h17
(atualizado às 19h42)
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A Polícia Civil prendeu, na tarde desta terça-feira, 24, a fiscal do Carrefour Adriana Alves por envolvimento na morte de João Alberto Silveira de Freitas, ocorrida na noite da última quinta-feira, 19, nas dependências do supermercado. Com mandado de prisão expedido pela Justiça, ela se apresentou ao Palácio da Polícia na companhia de seu advogado. Durante as agressões, a fiscal ameaçou uma testemunha que gravou o espancamento.

Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra agressões a homem negro no estacionamento do Carrefour
Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra agressões a homem negro no estacionamento do Carrefour
Foto: Twitter/Reprodução / Estadão Conteúdo

No vídeo, a funcionária de camisa branca, calça preta e crachá pede para a testemunha interromper a gravação. "Não faz isso, não faz isso senão vou te queimar na loja", disse. Em nota, o Carrefour confirmou que ela foi afastada do cargo. A Polícia Civil informou que esclarecerá na noite desta terça-feira as razões da prisão da fiscal Adriana Alves.

Além dela, já foram presos os dois seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, que foram flagrados espancado Freitas até a morte. A Justiça decretou a prisão preventiva dos dois. A Polícia Civil já tinha adiantado que outras pessoas, flagradas na cena do crime, estavam sendo investigadas para apurar se houve omissão de socorro.

"Estamos tentando identificar a conduta de cada um deles para ver se houve conduta omissiva. Além disso, buscamos elucidar a motivação do crime e estabelecer uma dinâmica dos fatos", afirmou a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor.

Na sexta-feira, vence o prazo de dez dias para conclusão do inquérito. A Polícia Civil pode pedir prorrogação por mais 15 dias para concluir investigação. Um dia depois do crime, na sexta-feira, a investigação informou que o laudo preliminar do Instituto Geral de Perícias (IGP) apontou a asfixia como causa da morte.

Polícia amplia investigações

A Polícia Civil ampliou as investigações e busca esclarecer se houve omissão de socorro das demais pessoas que assistiram aos dois seguranças brancos espancarem até a morte João Alberto Silveira Freitas.

Enquanto João Beto, como era conhecido, era agredido, outras pessoas acompanhavam o crime. Uma delas é uma fiscal do Carrefour, que ameaçou uma testemunha que gravou o espancamento. Além dela, um outro funcionário do mercado também tem a conduta investigada. Outros possíveis envolvidos também podem ser implicados, afirmou a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor.

Além disso, a delegada Roberta Bertoldo, responsável pela investigação, pediu autorização da Justiça para ouvir os seguranças presos. "Pretendemos ouvir os dois. O inquérito será concluído somente quando concluirmos esta etapa e tivermos o laudo pericial", afirmou. A dupla vai responder por homicídio triplamente qualificado. O inquérito também apura o crime de injúria racial.

O advogado David Leal assegurou que o cliente dele, Giovane, que é policial militar temporário, prestará todos os esclarecimentos. Na quinta-feira, 19, quando foram detidos, os vigias ficaram em silêncio. Na segunda, 23, Leal confirmou que Silva estava fazendo um "bico" no dia da agressão, sem vínculo trabalhista. O Grupo Vector, responsável pela fiscalização do hipermercado, refutou a informação. A reportagem não conseguiu contato com o defensor de Magno Braz Borges.

Estadão
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