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6 pessoas são indiciadas pela morte de delator do PCC; veja quem são

Defesa de Mateus Soares Brito, um dos indiciados por favorecimento pessoal, afirma que ele é inocente; advogados dos demais não foram localizados

14 mar 2025 - 20h35
(atualizado em 15/3/2025 às 01h22)
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Após mais de quatro meses de investigação, a força-tarefa montada pelo governo de São Paulo para apurar a execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, anunciou nesta sexta-feira, 14, a conclusão do inquérito do caso.

Ao todo, seis pessoas foram indiciadas por envolvimento direto no crime, incluindo três policiais militares, e outras duas por favorecimento pessoal. A defesa de Mateus Soares Brito, um dos indiciados por favorecimento pessoal, afirma que ele é inocente. Os advogados dos demais indiciados não foram localizados pela reportagem.

Segundo a polícia, o assassinato foi motivado por vingança pela morte de outros dois nomes ligados ao PCC. Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro do ano passado na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por uma bala perdida e também não resistiu.

"A motivação do crime realmente foi uma vingança às mortes do Cara Preta e do Sem Sangue, amplamente divulgados como membros do PCC", disse, em coletiva de imprensa, a delegada Luciana Peixoto, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A delegada afirma que, no inquérito de mais de 20 mil páginas, foram reunidas provas técnicas de que Cigarreira e Didi são os mandantes da execução. "Tem extração de 'nuvem', de celular, de WhatsApp", exemplifica.

A apuração teria indicado que havia uma recompensa de R$ 3 milhões pela morte do delator. Segundo a polícia, ainda não se sabe se esse valor chegou a ser pago, mas os dois PMs apontados como executores chegaram a comprar carros com dinheiro em espécie logo após o crime.

"Pode ser que o pagamento seja em dinheiro ou em criptomoedas, porque todos eles  (mandantes e executores investigadores) fazem pesquisa na nuvem com relação a valores de criptomoedas. Mas a gente ainda não localizou carteiras com valores relevantes", diz Luciana.

Além dos dois nomes apontados, portanto, como os mandantes do crime, foram indiciados mais quatro pessoas por envolvimento direto no assassinato de Gritzbach:

  • Kauê do Amaral Coelho, que teria atuado como olheiro no dia do crime;
  • Denis Antônio Martins, cabo da Polícia Militar apontado como um dos executores;
  • Ruan Silva Rodrigues, soldado da PM indicado como o outro atirador;
  • Fernando Genauro, tenente da PM que teria levado Denis e Ruan até o aeroporto.

Parte do inquérito à qual o Estadão teve acesso aponta que eles foram indiciados por:

  • homicídio triplamente qualificado (pela morte do motorista de aplicativo);
  • duas tentativas de homicídio duplamente qualificadas (por ferimentos causados a outras duas pessoas que estavam no aeroporto);
  • homicídio quintuplamente qualificado (pela execução de Gritzbach).

O último indiciamento se deu por motivo torpe (para causar pânico e demonstrar o poderio de organização criminosa de âmbito nacional); pelo uso de meio que possa resultar perigo comum (utilização de armas de calibre restrito no aeroporto mais movimentado da América Latina, em plena luz do dia e horário de movimento); por emboscada ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (execução no desembarque do aeroporto, em frente à família da vítima); por assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outros crimes; e por emprego de armas de fogo de uso restrito (fuzis calibres 7,62x39 e .556 NATO).

Além deles, foram indiciados por favorecimento pessoal:

  • Thiago da Silva Ramos, vulgo Bob, que teria ajudado na fuga de Kauê para o Rio de Janeiro logo após o crime;
  • Mateus Soares Brito, que teria dado suporte logístico para que o olheiro se mantivesse longe do radar da polícia.

"Ele (Mateus) estava com o Kauê sempre, esteve com ele no dia dos fatos, e depois chega até a ir para o Rio levar roupas para o Kauê, troca o celular do Kauê e mantém contato", disse ao Estadão a delegada Ivalda Aleixo. "Como ele sabe que o Kauê está sendo procurado, é um favorecimento pessoal." A defesa afirma que Mateus é inocente.

Conforme a polícia, foi pedida à Justiça a conversão da prisão temporária de todos eles em preventiva (sem prazo determinado). Os dois homens apontados como mandantes, além de Kauê, estão foragidos. Já os três policiais foram presos entre os dias 16 e 21 de janeiro deste ano.

A força-tarefa do governo estadual aponta que, em paralelo, há outros inquéritos para apurar o serviço de escolta realizado por policiais militares a Gritzbach, a conduta de policiais civis nas investigações sobre a morte de Cara Preta e Sem Sangue, além de possíveis crimes de tráfico de drogas relacionados a nomes ligados a Kauê.

"As investigações (da execução) chegam ao final nesta etapa. O inquérito traz provas técnicas robustas para que possamos amparar o Ministério Público em sua denúncia. Nós daremos continuidade ainda a demais investigações e eventuais participações de outras pessoas", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.

Estadão
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