Advogadas são presas suspeitas de esquema para insentar IR com laudos forjados de contaminação por Césio 137
Um PM da reserva também foi preso e mais cinco advogados estão sendo investigados
As advogadas Ana Laura Pereira Marques e Gabriela Nunes Silva foram presas suspeitas de participar de um esquema que forjava laudos médicos para obter isenção do Imposto de Renda, em Goiás. Com os documentos, os clientes enganavam o sistema fingindo ter uma doença grave por contaminação do Césio 137, o maior acidente radiológico do país, que aconteceu em Goiânia, capital do estado, em 1987.
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De acordo com a reportagem exibida no Fantástico deste domingo, 13, nos últimos dois anos, a Justiça recebeu cerca de 80 ações com o pedido de isenção, todas em nome de policiais militares e bombeiros aposentados de Goiás e Tocantins. Junto com os pedidos, os suspeitos protocolaram processos fraudulentos alegando doenças como AIDs e cardiopatia, que seriam supostamente originados por exposição ao acidente.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Dias Pires, as suspeitas cobravam 30% dos valores retroativos e, num segundo momento, o valor referente a três isenções. Dos processos investigados pelas autoridades, em 18 aparece uma mesma clínica, que seria responsável por colher os exames falsos.
Ana Laura, que é acusada de entrar com a maioria das ações, está em prisão domiciliar e Gabriella Nunes Silva, responde em liberdade. Além delas, um PM reformado, suspeito de captar clientes para o esquema, também foi preso. Outros cinco advogados e oficiais da PM estão sendo investigados.
O estado de Goiás exige a devolução do dinheiro dos beneficiados suspeitos de participarem do crime, que causou um prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos. No entanto, ao programa, eles alegam que não sabiam do esquema.