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Advogado de filho de Flordelis: arma pode ter sido plantada

Flávio dos Santos está preso há 10 dias; segundo a polícia, ele teria confessado que matou padrasto

26 jun 2019 - 18h05
(atualizado às 19h49)
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A deputada federal Flordelis em depoimento
A deputada federal Flordelis em depoimento
Foto: Estadão Conteúdo

O advogado de um dos acusados do assassinato do pastor Anderson do Carmo levantou a suspeita de que a arma do crime, uma pistola encontrada pela polícia dentro da própria casa, pode ter sido plantada no local. O defensor de Flávio dos Santos, de 38 anos, filho biológico da deputada federal Flordelis que está preso há dez dias e, segundo a polícia, confessou ter matado o padrasto, questionou os métodos dos investigadores no recolhimento das evidências.

Maurício Mayr esteve na tarde desta quarta-feira, 26, na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Icaraí, responsável pela investigação do crime, onde se encontrou com seu cliente e voltou a questionar a confissão do assassinato feita à polícia e ao Ministério Público. Segundo o advogado, Flávio não estava acompanhando de um representante legal e, por isso, uma eventual confissão não teria valor jurídico.

"A polícia já tinha feito duas buscas e apreensões antes no local e não tinha encontrado a arma", disse o advogado, ao deixar a especializada. "A arma estava num local muito acessível (em cima de um armário, no quarto de Flávio). Os policiais são pessoas muito investigativas e perspicazes e teriam achado a arma. Causa estranheza o fato de o celular não ser encontrado e a arma sim."

Segundo Mayr, a semiautomática poderia ter sido plantada no local.

"Não estou dizendo que foram os policiais que plantaram; pode ser alguém que tivesse interesse na morte do pastor", ressaltou. "Mas a busca e apreensão não foi acompanhada por ninguém da família, não tinha testemunha. Houve uma romaria na casa deles, várias pessoas passaram por lá, alguém pode ter botado a arma lá."

O advogado questionou também os procedimentos dos policiais no recolhimento da arma. Um vídeo da própria polícia mostra um investigador tirando a arma de cima do armário sem usar luvas. Em seguida, a arma é manuseada também por um perito. Mayr reclamou também que, até hoje, não teve acesso ao inquérito e que seu cliente segue preso na delegacia em vez de ser transferido para um presídio.

"O Flávio está num ponto de exaustão", disse o advogado. "Ele é hipertenso, toma remédio de uso contínuo, e não teve acesso aos medicamentos na delegacia, por isso teve vários picos de pressão. Além disso, está vivendo em condições insalubres. Fazendo uma comparação analógica, os cachorros daqui são mais bem tratados que os presos."

De acordo com uma informação da TV Globo, uma mensagem teria sido disparada do celular do pastor (que segue desaparecido) algumas horas após a sua morte, já no fim da manhã de domingo. Uma pessoa informa que "é um filho do pastor", pede orações e diz que "infelizmente as notícias são verdade". Mas depois disso o celular teria desaparecido. A polícia já apreendeu 20 aparelhos na casa da deputada.

A irmã do pastor, Michele do Carmo, também esteve na delegacia nesta terça para prestar depoimento.

Estadão
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