Aeroporto de Guarulhos tem operação normal após falha causada por sinais de radiofrequência
Companhias como Gol e Azul tiveram de cancelar voos, mas situação se normalizou à tarde
Uma falha nos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS, sigla em inglês) do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, provocado pela interferência de sinais de radiofrequência, causou o atraso e o cancelamento de voos na manhã desta quinta-feira, 29.
A concessionária responsável pelo aeroporto, a GRU Airport, informou que a situação já tinha se normalizado no período da tarde. O número total de voos afetados não foi divulgado.
"Devido à intermitência no sistema de navegação (GNSS) que é específico para aeronaves, algumas empresas aéreas enfrentaram atrasos pontuais nas decolagens do aeroporto de Guarulhos", informou a concessionária por meio de nota. O dispositivo afetado, o GNSS, funciona como um GPS para as aeronaves.
A GRU informou ainda que sistemas do aeroporto e os de navegação aérea seguem operando normalmente e que planos de contingência foram acionados. "A situação já foi normalizada", informou o comunicado.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel), o problema está associado à presença de sinais de radiofrequência, que interferiram com o sinal de GPS/GNSS do aeroporto e afetou as operações aéreas. Uma primeira análise feita pela agência indica que o sinal teria partido do centro de Guarulhos.
"Durante os trabalhos, o sinal interferente deixou de ser detectado, antes que a fonte pudesse ser efetivamente localizada", informou a agência. A Anatel continua monitorando o espectro na região de forma a, no caso de retorno do sinal interferente, possa atuar de forma célere e interromper a fonte interferente de forma permanente".
A transmissão de radiofrequências sem autorização configura crime federal.
Companhias relatam cancelamento e atraso de voos
Em nota, a Azul informou que os voos com chegada e partida de Cuiabá - AD4769 (Guarulhos-Cuiabá), AD4157 (Cuiabá-Guarulhos) e Belo Horizonte - (Confins-Guarulhos) e AD5031 (Guarulhos-Confins) tiveram que ser cancelados.
A companhia afirma que suspendeu os deslocamento por se tratar de uma ação "necessária para garantir a segurança de suas operações". "Os clientes impactados estão recebendo toda a assistência necessária, conforme prevê a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e serão reacomodados em outros voos da Companhia".
A Latam informou que "algumas decolagens sofreram atrasos na manhã desta quinta", mas que as operações da companhia no aeroporto já estavam normalizadas no período da tarde.
A GOL também teve operações afetadas na manhã desta quinta. A companhia disse que "efetuou cancelamentos pontuais de voos com origem ou destino ao aeroporto da Grande São Paulo", e também informou que os serviços foram normalizados à tarde.
"Todos os clientes afetados estão recebendo as facilidades previstas e sendo reacomodados nos próximos voos. A companhia reforça que as ações em relação aos voos foram tomadas com foco na segurança, valor número 1 da GOL", disse a empresa, em nota.
Por conta da ocorrência, Força Área Brasileira (FAB) precisou ser acionada para ajudar a GRU nas investigações, por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), e a diminuir os impactos causados pelo problema do sistema de navegação do aeroporto.
A FAB informou que uma aeronave do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) fez "a inspeção de radiomonitoragem no entorno do aeródromo" para identificar o que afetou a capacidade dos GNSS das aeronaves, e que o Decea dispõe de "procedimentos alternativos ao sistema de navegação para dar continuidade às operações de pousos e decolagens sem interrupções".
"Devido ao ocorrido, o fluxo de tráfego aéreo foi monitorado e coordenado pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), Organização subordinada ao DECEA, para diminuir os impactos causados às operações aéreas", disse a FAB, em nota.