Afastado, secretário de Haddad será alvo de sindicância
Segundo o controlador-geral do município, a sindicância servirá, num primeiro momento, para apurar irregularidades do secretário
Afastado a seu pedido do comando da Secretaria de Governo da prefeitura de São Paulo, o vereador Antonio Donato (PT) será investigado em uma sindicância instaurada pela Controladoria Geral do Município (CGM). Além de Donato, a CGM chamará também o ex-secretário de Finanças da capital paulista, Mauro Ricardo, para prestar esclarecimentos sobre seu grau de conhecimento do esquema de desvio do Imposto Sobre Serviço (ISS) e a relação que ele mantinha com a estrutura de seu gabinete envolvida na fraude.
Segundo o controlador-geral do município, Mário Vinicius Spinelli, a sindicância servirá, num primeiro momento, para apurar irregularidades do secretário. Caso sejam constatados desvios, Donato poderá ter seu patrimônio investigado.
"Num primeiro momento não julgamos necessário a instauração de uma sindicância para que os fatos fossem esclarecidos. Posteriormente, com o avanço das investigações, nós consideramos que o mais adequado para as investigações era ouvir o secretário. E foi isso que aconteceu."
"Está todo mundo sujeito à mesma lei", disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que defendeu Donato e disse acreditar em sua inocência. "(Estão) invertendo valores em desfavor da verdade."
De acordo com Haddad, o ex-secretário pediu seu afastamento para que pudesse, em um ambiente mais adequado, se defender das acusações. Eleito em 2012, Donato, que estava licenciado, retomará sua cadeira na Câmara Municipal. O prefeito também afirmou que ainda não definiu um nome para assumir a Secretaria de Governo de sua gestão.
A sindicância foi instaurada na segunda-feira. No mesmo dia, Donato foi ouvido pela CGM a seu pedido, segundo a prefeitura.
O vereador foi alvo de uma denúncia feita pela auditora fiscal do município Paula Sayuri Magamati, que era chefe de gabinete da Secretaria de Finanças - ela era subordinada ao auditor Ronilson Bezerra Rodrigues, um dos quatro suspeitos que foram presos por suspeita de envolvimento no esquema. Haddad já havia afirmado que havia suspeita de que ela tivesse participação na fraude e até afastou a auditora do cargo na prefeitura, mesmo depois de o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ter afirmado que Magamati era tratada apenas como testemunha no caso.
Donato afirma que, desde o início da apuração, “colaborou de forma direta com o trabalho conduzido pelo corregedor Mário Vinicius Spinelli, incluindo o cronograma de exonerações dos servidores investigados”.