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Alckmin sobre greve: 'não tem mais discussão, é abusiva'

8 jun 2014 - 20h46
(atualizado às 21h30)
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<p>O governador Geraldo Alckmin esteve em Itaquera, onde será a abertura da Copa, neste domingo, para inaugurar obras viárias</p>
O governador Geraldo Alckmin esteve em Itaquera, onde será a abertura da Copa, neste domingo, para inaugurar obras viárias
Foto: Milton Michida / Divulgação

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falou neste domingo sobre a manutenção da greve dos metroviários, após o Tribunal Regional do Trabalho considerar a paralisação abusiva. "Agora não tem mais discussão, a greve é abusiva", disse.

Ele pediu que os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) voltem ao trabalho, sob risco de demissão por justa causa. "Faço uma convocação para que os metroviários voltem, inclusive pelo direito de trabalhar dos 5 milhões que dependem do metrô para se locomover. Quem (os metroviários) não for trabalhar tem posibilidade de justa causa."

“Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu, por unanimidade, que a greve é abusiva. Ela é totalmente ilegal. É importante deixar claro que a decisão judicial já ocorreu e o índice de reajuste salarial foi definido pelo dissídio”, afirmou Alckmin. “Quero reiterar a minha convocação: metroviário de verdade, volte ao trabalho!”, completou o governador.

De acordo com a decisão do TRT, o reajuste nos vencimentos dos metroviários será de 8,7%, índice sugerido pelo Metrô. “É importante ressaltar que o Metrô ofereceu 8,7% de reajuste referente aos últimos 12 meses, contra uma inflação do IPC/Fipe de 5,2%. Mais o aumento do vale-alimentação e vale-refeição, que torna o percentual muito maior, um aumento mínimo de 10,6% até 13,3%. Dificilmente uma categoria teve ganhos reais tão superiores a inflação como nesse caso", disse.

Greve pode seguir até a Copa

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu em assembleia realizada neste domingo manter a paralisação iniciada há quatro dias, e promete fazer piquetes para impedir que colegas continuem a trabalhar. A operação no Metrô tem se dado com funcionários de outros setores. "Seguiremos com a greve até que o governo de São Paulo negocie com a gente", disse o secretário-geral da entidade, Alex Fernandes, à BBC Brasil.

Ele explica que algumas linhas do Metrô operam no momento em função de um plano de contingência, implementado pela companhia, no qual os trens são operados por supervisores e coordenadores. "Mas nós já estamos nos organizando para fazer piquetes em trens, estações e pontos de manutenção", diz ele.

"Ninguém vai trabalhar. Se não chegarmos a um acordo, na quinta-feira (dia de início da Copa do Mundo) não vai ter metrô nem para Itaquera (onde fica o estádio da abertura) nem para lugar nenhum."

Uma nova assembleia está marcada para as 13horas desta segunda-feira. Os metroviários também prometem participar de uma manifestação às 7h na estação Ana Rosa, junto com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Segundo Katy Watson, da BBC, presente na assembleia deste domingo, o clima na reunião foi tenso e favorável à manutenção da greve desde o início. Houve protestos contra a Fifa e os gastos com a Copa. Vários dos participantes pareciam frustrados e o debate foi marcado por gritos.

Julgamento no TRT

Hoje mais cedo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) declarou como "abusiva" a greve dos trabalhadores do metrô paulista. A greve começou na quinta-feira passada e tem gerado grande apreensão, além de complicar a situação do trânsito da cidade a poucos dias da abertura da Copa do Mundo.

Os grevistas iniciaram a paralisação reivindicando um aumento de 35,5%, mas agora exigem 12,2%. O Metrô oferecia um aumento de 7,8% e elevou sua proposta para 8,7%, que foi rejeitada pelos metroviários, mas ratificada pelo TRT.

Multa

Na quarta-feira, o tribunal determinou que os sindicatos ligados à greve devem pagar uma multa de R$ 100 mil por dia caso não mantenham 70% dos serviços do metrô funcionando - e 100% no horário de pico. O TRT estabeleceu outra multa de R$ 400 mil a ser aplicada se os grevistas resolverem manter a paralisação.

"Não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública", justificou o desembargador Rafael Pugliese, presidente da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TRT e relator do caso.

Margem estreita

Para o cientista político Carlos Melo, do Insper, a proximidade do Mundial faz com que a margem do governo para agir sobre a greve seja estreita. "Essa é uma situação muito complicada para o governo", disse Melo a Watson.

"Reprimir greves e manifestações com violência além de ser pouco democrático e produzir mais violência tem um custo em termos de imagem. O que vai se dizer sobre um país que não negocia com seus trabalhadores e acaba reprimindo manifestações? O governo é obrigado a ceder pelo menos no curtíssimo prazo."

Com informações da BBC Brasil

Fonte: Terra
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