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Alunos e professores mortos em acidente são enterrados em SP

Uma cerimônia coletiva foi realizada nesta quarta na cidade de Borborema, no interior de São Paulo

29 out 2014 - 13h26
(atualizado às 13h34)
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Os corpos dos professores e alunos mortos em um acidente envolvendo um ônibus de excursão e uma carreta foram sepultados na manhã desta quarta-feira em Borborema, no interior de São Paulo, cidade natal da maior parte das vítimas. O município com pouco mais de 15 mil habitantes amanheceu em completo silêncio. A maioria dos estabelecimentos comerciais fechou as portas durante a manhã em condolência às famílias. A colisão que vitimou 11 pessoas aconteceu na rodovia deputado Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304) na noite de segunda-feira, em Ibitinga (SP).

A estimativa é que mais de 4 mil pessoas tenham passado pelo ginásio de esportes José Brasotto durante as cerca de 15h de velório. Pontualmente às 6h, dois padres celebraram uma missa no local, que foi precedida por uma celebração evangélica. Os cortejos começaram a seguir para o cemitério municipal por volta das 8h. A cada despedida havia muitos gritos de desespero dos familiares, choro e aplausos.

“Chocou todo mundo. Sou nascida e criada aqui e nunca tinha visto uma coisa tão grave”, comentou a aposentada Maria Aparecida de Souza da Silva, 68 anos, que conhecia a maioria das vítimas. A mãe do estudante Felipe Gonçalves Rossi, 17 anos, Esther Gonçalves Rossi, estava muito abalada com a morte do filho e precisou de amparo durante o velório e durante o trajeto até o cemitério. “Ele tinha acabado de passar no vestibular. Como faço agora sem o meu menino?”, questionava inconsolável e sob o efeito de calmantes.

“Ele estava muito feliz com a viagem. Na volta até tinha me mandado uma mensagem dizendo que estava bem e que iria chegar logo”, disse o pai de Felipe, Valdomiro Aparecido Rossi. “Ele tinha comentado comigo um dia antes que ia viajar para São Paulo e estava animado”, lembrou o vizinho da família, Mailson Tristão.

Amigos e familiares se despediram dos jovens e professores mortos no acidente
Amigos e familiares se despediram dos jovens e professores mortos no acidente
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

Parte das vítimas foi sepultada lado a lado e os demais em túmulos espalhados. A prefeitura e comerciantes da cidade doaram terrenos às famílias que não tinham condições financeiras para comprar.

Ainda abalado, um dos sobreviventes da tragédia, Kaique Luiz Santos da Silva, 15 anos, fez questão de se despedir dos amigos e colegas de sala. Ele conta que durante a viagem estava em uma poltrona ao lado de José Vinicius Francisco Anzolin, vítima fatal do acidente, porém, poucos minutos antes da colisão se sentou do outro lado do ônibus – que não teve a carroceria atingida.  

“Eu estava com sono e aproveitei que a poltrona do outro lado do corredor estava vazia. Isso foi pouco tempo antes, perto de Araraquara. Do acidente mesmo eu não lembro de nada. Só lembro do fogo e da gritaria depois que tudo tinha acontecido. Quando dei por mim estava andando, do lado de fora do ônibus, orando. Tinha muita gente tentando ajudar. Foi quando a tia de uma amiga me emprestou o celular e eu avisei a minha madrasta e o meu pai que eu estava bem”, relembra. Evangélico da Igreja Quadrangular, Kaique atribui a Deus o fato de ter saído ileso de um acidente tão grave. “Foi um livramento. Ele quer me usar de acordo com a sua vontade”.  

A estudante Maria Eduarda Torres, 15 anos, estava no grupo e perdeu o tio no acidente, o também estudante Thayro Matheus da Silva Polimeno, que é irmão da mãe dela. “Todo mundo era amigo. Está muito difícil para nós. A última vez que o vi a gente estava cantando, brincando. Foi quando a gente passou em um shopping em Campinas”, comenta.  

O prefeito da cidade, Virgilio do Amaral Filho (PSDB), diz que é a maior tragédia da história do município que tem 89 anos. Durante a missa ele disse que a cidade está triste e desejou conforto aos moradores. “Estamos aqui, chorando, algo que nunca aconteceu na história da nossa cidade. Que Deus conforte cada morador de Borborema e quem veio aqui sentir a nossa dor”, lamentou.

Ao todo, três veículos fizeram a excursão levando 111 pessoas, entre professores e alunos da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto. As aulas estão suspensas até a próxima semana. 

Acidente entre ônibus e caminhão mata estudantes em Ibitinga:

     

 ‘Salva’ do acidente

A supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Borborema, Valdirene Martins Carvalho, 43, diz ter sido “salva” do acidente por conta de um problema do dispositivo de ar condicionado que direciona o ar frio ao passageiro. Ela chegou a entrar no veículo, mas acabou viajando em outro.

 “Eu estava sentada do lado que foi atingido, mas o ar estava vindo direto na minha cabeça e não tinha como regular, por isso fui para outro ônibus. Acho que foi Deus me dizendo que a minha missão aqui ainda não acabou. Eu precisava estar aqui hoje ajudando essas pessoas”, disse.

 Investigação

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alberto Oncon de Oliveira, de Ibitinga, vai aguardar o período de luto para começar a ouvir as testemunhas do acidente incluindo os dois motoristas, além de policiais e bombeiros que socorreram as vítimas. 

O motorista do ônibus, José Roberto Souza, teve apenas ferimentos leves e passa bem. Já o motorista do caminhão Leandro Sanches Basalea está internado em um hospital de Catanduva (SP). Segundo a polícia rodoviária, nenhum dos dois motoristas tinha sinais de embriaguez no momento do acidente.

Fonte: Terra
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