Após apreensão de patinetes, Grow tenta credenciamento na 2ª
Patinetes elétricos ficaram sem operar em São Paulo após prefeitura apreender veículos na Faria Lima
Numa semana marcada por bate-cabeça entre prefeitura e Grow, não houve operação dos patinetes elétricos compartilhados em São Paulo.
Veículos da empresa foram apreendidos pela prefeitura de São Paulo na quarta-feira (29), no dia em que entrou em vigor um decreto que regulamenta o uso do modal na cidade.
A justificativa oficial para a apreensão é de que a Grow não credenciou os patinetes, como previa a legislação.
“Nós não credenciamos porque fomos impedidos de participar de uma reunião, fomos barrados na porta da prefeitura”, diz Marcelo Loureiro, diretor-geral da Grow no Brasil.
A legislação passou a valer na quarta (29), mas já havia sido publicada no Diário Oficial do Município no dia 14 de maio, há mais de duas semanas.
Na última sexta-feira (31), a Grow foi barrada pela prefeitura de uma reunião em que se discutiu a regulamentação. A prefeitura disse que isso ocorreu porque a Grow está processando a prefeitura. A empresa questiona a obrigatoriedade do uso e fornecimento de capacete ao usuário.
“A gente é a favor da regulamentação, desde que ela respeite as empresas e os usuários”, disse Loureiro.
Desde o início do ano, a prefeitura e a Secretaria de Mobilidade e Transportes, iniciou uma série de discussões a respeito da regulamentação dos patinetes elétricos em São Paulo, junto com a Grow (Yellow e Grin) e mais nove empresas que ainda não operam na área, mas que tem pretensões de entrar no mercado brasileiro -- a Uber é uma delas. As discussões levariam a um projeto de regulamentação.
Mas a prefeitura acabou tomando as rédeas e preferiu regulamentar mais cedo. “Eles [patinetes elétricos] invadiram a cidade sem antes ter resolvido a regulamentação conosco e, por isso, o prefeito soltou o decreto parcial”, disse o secretário de Mobilidade e Transportes Edson Caram, ao Terra.
As discussões estavam sendo conduzidas de forma racional para se criar uma regulamentação, mas aí surgiu um decreto feito às pressas. Não sei a real razão desse decreto, mas não levou em consideração o que estava sendo discutido no grupo de trabalho”, disse Loureiro.