Após bônus a diretores, Sabesp quer aumento de 22% na conta
Empresa tenta conter crise provocada pela queda nos níveis dos reservatórios da Grande São Paulo
A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) quer aumentar a tarifa de água e esgoto em 22,7%, quatro meses após último reajuste feito pela companhia. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, se concluído, o aumento será o maior em 15 anos e ocorreria após a Sabesp pagar bônus de R$ 504 mil para seis diretores, mesmo diante da pior crise de abastecimento vivida pela cidade .
A bonificação paga aos diretores no ano passado foi 11% menor do que em 2013, quando chegou a R$ 566 mil. O benefício representa acréscimo de R$ 20.590 ao salário dos executivos. Por causa da crise, o lucro da Sabesp em 2014 foi 53% menor do que o ano anterior, representando queda de R$ 1 bilhão. Em nota, a empresa afirma que o bônus pago aos diretores em 2014 se refere ao exercício de 2013, quando não havia crise hídrica. Segundo a empresa, o lucro é calculado ao final de cada ano e pago aos executivos no ano seguinte.
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Sobre o aumento de tarifa, a Sabesp propõe um índice que é quase o dobro dos 13,8% autorizados previamente pela agência reguladora e discutido nesta quarta em audiência pública. Para entidades ligadas à defesa do consumidor, do meio ambiente e da indústria, as duas propostas são abusivas.
Para o diretor econômico-financeiro e de relações com investidores da Sabesp, Rui Affonso, o reajuste de 13,8% autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) não garante o equilíbrio financeiro da empresa. Vale lembrar que, para tentar evitar um racionamento oficial, a Sabesp ofereceu aos consumidores uma série de bônus para quem conseguisse economizar água.