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Após denúncia, almirante que chefia Ibama no RJ é demitido

Sede regional do instituto está com problemas diversos, como presença de ratos e queda de revestimento da fachada

20 ago 2021 - 13h16
(atualizado às 13h48)
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O almirante da Marinha, Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz, vai ser exonerado da chefia do Ibama no Rio de Janeiro. A reportagem apurou que a demissão já foi confirmada e informada à Casa Civil. Sua saída do órgão deve ser publicada no Diário Oficial da União até segunda-feira (23). Ainda não há confirmação sobre quem ocupará o posto.

A decisão de exonerar o superintendente do Ibama no Rio ocorre um dia depois de uma série de irregularidades verificadas na sede do Ibama no Rio serem publicadas pelo Estadão na quinta-feira (19). Uma carta encaminhada à presidência do Ibama, em Brasília, assinada pela Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental do Rio de Janeiro (Asibama-RJ), relata a necessidade de medidas urgentes para restabelecer condições mínimas de trabalho.

Ação realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama no sul do Amazonas
Ação realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama no sul do Amazonas
Foto: Vinícius Mendonça/Ibama/Fotos Públicas

Os funcionários terceirizados estão com três meses de salários atrasados, a unidade está com salas imundas, tomadas por goteiras e ratos. Há risco de desabamento de partes da fachada.

"Como já deve ser de vosso conhecimento, os trabalhadores terceirizados estão há 3 meses sem receber salário e sem os devidos recolhimentos de garantias trabalhistas (férias, FGTS e outros), constituindo situação degradante para profissionais que dependem de seus vencimentos para subsistência própria e familiar", declara a associação.

A associação faz críticas diretas à gestão de Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz. Segundo os servidores, sua atuação é "marcada pela incompetência na gestão do patrimônio público". Eles relembram o caso de fevereiro deste ano, quando cerca de 300 animais silvestres morreram na unidade do Rio, por falta de contratação de tratadores. Os animais ficaram sem alimentos e medicação, caso que foi alvo de inquérito da Polícia Federal.

Questionado sobre a decisão de exonerar o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, o Ibama não se manifestou a respeito.

A presidente da Asibama-RJ, Rafaela Rinaldi, afirma que "os servidores têm se reunido para fomentar 'vaquinha' para prover alguma mínima dignidade aos colegas de maior vulnerabilidade econômica", simplesmente abandonados pelo órgão federal. "Não é possível que o desrespeito a esses profissionais de alto engajamento com o serviço e de grande relevância para o funcionamento da autarquia permaneça da forma como está, sem que haja qualquer iniciativa da presidência do Ibama para a devida cobertura salarial dos profissionais."

Na quinta-feira, 19, Ibama declarou, por meio de nota, que a empresa terceirizada e responsável pelos pagamentos dos funcionários chegou a fazer o repasse de salários relativos ao mês de maio, mas, por ter dívidas relativas a encargos trabalhistas relativas a este mesmo mês, o Ibama não pode, por força de lei, pagar a empresa. "Pelo mesmo motivo, o Ibama também não pôde realizar o pagamento dos meses subsequentes", afirmou.

"Nesta quinta-feira (19) houve uma reunião entre a Superintendência do Ibama no Rio de Janeiro (Supes/RJ) com a empresa terceirizada, que se comprometeu a quitar os débitos trabalhistas até segunda-feira (23)", declarou o Ibama.

No Rio de Janeiro trabalham 63 funcionários terceirizados. Ao todo, o Ibama tem hoje 1.367 empregados terceirizados, em todas as suas bases do País.

Estadão
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