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Após mais de 40 horas, moradores continuam sem energia em SP; Enel prevê restabelecimento até terça

Segundo a concessionária, cerca de 1 milhão de clientes estão sem luz na cidade de São Paulo; distribuidora afirma que está com uma mobilização total de equipes em várias frentes, como call center e operação

5 nov 2023 - 08h52
(atualizado às 09h18)
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Árvore e galhos caídos na Rua Maria Figueiredo, no Paraíso, São Paulo, após vendaval e chuva forte na tarde desta sexta-feira, 3
Árvore e galhos caídos na Rua Maria Figueiredo, no Paraíso, São Paulo, após vendaval e chuva forte na tarde desta sexta-feira, 3
Foto: Alexandre Calais/Estadão / Estadão

Moradores da capital paulista ainda enfrentam transtornos com a falta de energia ocasionada após as fortes chuvas que atingiram a capital paulista na tarde de sexta-feira, 3. Segundo a Enel Distribuição São Paulo, as regiões mais afetadas foram as zonas sul e oeste, embora também foram feitos relatos de falta de energia nas zonas leste e norte. Cerca de 1 milhão de endereços ainda estão sem luz na cidade de São Paulo. A previsão é que o serviço seja totalmente restabelecido até terça-feira, 7.

Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram impactados desde sexta-feira. A Enel SP afirma que já normalizou o serviço para cerca de 1 milhão de endereços. "A companhia está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais", disse a Enel na manhã deste domingo, 5. Veja abaixo a nota na íntegra.

No Paraíso, na zona sul, moradores da Rua Alcino Braga estão há mais de 40 horas sem luz. Segundo Kátia Oliveira, também há dificuldade para obter previsão da Enel. "Muitas árvores caíram na região. Mas é muito tempo sem energia. A empresa deu prazo inicial para meia-noite de sábado. Já é domingo, e nada de retorno. Creio que somente na terça mesmo", disse ela.

No Campo Belo, também na zona sul, Albino Fernandes, que mora na Rua Conde de Porto Alegre, também se queixa da demora no restabelecimento de energia. "Tive que retornar de viagem e tudo que estava na geladeira e no freezer, tive que jogar fora. Isto é uma total falta de respeito com os consumidores. Se você se atrever a atrasar o pagamento, eles cortam o fornecimento. Os telefones da Enel só dão ocupados", criticou o morador.

A Enel disse que a dificuldade de atendimento nos canais de call center foi motivada pelo alto volume de demandas.

No sábado, 4, a concessionária afirmou ainda que a prioridade estava no atendimento a hospitais e serviços essenciais. A Enel garantiu ainda o fornecimento de energia em todas as escolas que aplicarão as provas do Enem neste domingo. O governo federal também confirmou que as concessionárias irão alocar geradores nos locais de prova em que o fornecimento de energia elétrica não for restabelecido pelas redes de distribuição.

Também no sábado, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que, da meia-noite de sábado até o início da tarde do mesmo dia, 258 semáforos tinham sido consertados. "As equipes de manutenção permanecem nas ruas da cidade para restabelecer o funcionamento dos equipamentos o mais brevemente possível."

A CET disse que, ainda na tarde de sábado, registrava 247 cruzamentos apagados por falta de energia e 29 sinalizações apresentavam outras falhas. Até então, 88 endereços estavam com ocupação total ou com faixas ocupadas por conta de queda de árvores. No sábado, a Prefeitura de São Paulo seguia em atendimento a mais de 1.600 ocorrências.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) destacou que os ventos superiores a 100 km/h chegaram à maior velocidade já registrada pelo Centro de Gerenciamento da Metrópole (CGE), desde 1995, quando esses dados começaram a ser computados. "Foi uma situação excepcional. Muito fora do contexto."

Ele afirmou que cerca de 1,4 mil pessoas trabalham na dinâmica de corte de árvores e outras 1,9 mil na limpeza. Nunes justificou ainda que as quedas de árvore também exigem desligamentos temporários de energia para a segurança das equipe envolvidas.

Mortes provocadas pelas fortes chuvas

As fortes chuvas e rajadas de vento que atingiram grande parte do Estado de São Paulo na sexta-feira também deixaram ao menos seis pessoas mortas. Em Osasco, na Grande São Paulo, duas árvores caíram sobre um muro na Avenida Luiz Rink, atingindo um veículo e matando uma pessoa que estava no interior do automóvel, de acordo com a Defesa Civil. Mais de 40 municípios tiveram ocorrências por queda de árvores.

Falta de energia também afeta o abastecimento de água em diversas regiões

Em razão das fortes chuvas na tarde de sexta-feira, a falta de energia paralisou instalações e estações elevatórias da empresa, afetando o nível dos reservatórios e, consequente, o abastecimento de água em diversas regiões.

No sábado, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) disse que os pontos mais críticos estavam localizados nos seguintes bairros da cidade de São Paulo: Americanópolis, São Mateus, Itaquera, Vila Mariana, Vila Clara, Santa Etelvina, Guaianazes, Cidade Tiradentes, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jardim Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chácara Flora, Morumbi e Capão Redondo.

Na Grande São Paulo, o desabastecimento afetava os municípios de Itapecerica da Serra, Cotia, Diadema, Osasco, Barueri, Guarulhos, Taboão da Serra, Itaquaquecetuba, Biritiba Mirim e Suzano.

Casos de emergência serão atendidos pelo 0800 055 0195.

Veja nota da Enel na íntegra:

A Enel Distribuição São Paulo informa que continua trabalhando incansavelmente nos reparos das ocorrências causadas pelas fortes chuvas e os ventos atípicos da última sexta-feira, 3. Essa foi a ventania mais forte dos últimos anos em São Paulo que atingiu de forma mais severa a rede de distribuição.

Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram impactados desde sexta-feira. A Enel SP já normalizou o serviço para cerca de 1 milhão de clientes. A companhia está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais.

Devido à complexidade do reparo e a necessidade de reconstrução de trechos da rede, com substituição de cabos, postes e transformadores, alguns casos podem levar mais tempo. A expectativa é normalizar o fornecimento de energia para a maioria dos clientes afetados até a próxima terça-feira, 7. A distribuidora está com uma mobilização total de equipes em várias frentes, como call center e operação, para esse atendimento e aumentou em mais de três vezes o número de profissionais em campo.

Equipes de emergência têm atuado sem parar durante a noite e toda a madruga para realizar os reparos necessários e seguem trabalhando de forma ininterrupta para agilizar ao máximo os atendimentos e restabelecer o serviço para todos.

A Enel orienta que os clientes acessem os canais digitais da companhia para abrir chamado de falta de luz, por meio do app Enel São Paulo e agência virtual do site.

Para falar com a Enel

O consumidor pode entrar em contato com a Central de Relacionamento da Enel São Paulo pelo 0800 72 72 120. Também pode falar com a central de emergência pelo 0800 72 72 196. Para deficientes auditivos, o telefone é o 0800 77 28 626. Salve também a 'Elena' nos contatos (21 99601-9608), assim é possível conseguir realizar serviços. Ela consegue ajudar a registrar falta de luz, solicitar segunda via, consultar débitos, solicitar ressarcimento e também tirar dúvidas sobre outros serviços.

Ouvidoria da Enel São Paulo

Este é um canal de relacionamento para solucionar ou responder reclamações que a pessoa ainda não conseguiu resolver pelos outros canais de atendimento.

  • Por teleatendimento: 0800 72 73 110 (atendimento em dias úteis, das 8 horas às 18 horas).
  • Por carta: enviar em envelope fechado mencionando 'Ouvidoria' para o endereço: Avenida das Nações Unidas, 14401, Conjunto 1 ao 4, Torre B1, 17º andar, Vila Gertrudes, São Paulo-SP, CEP: 04794-00.
Estadão
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