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Após redução de tarifa, São Paulo vive noite de manifestações

Um dos protestos ocupa parte da avenida Paulista, e começou por volta das 19h

19 jun 2013 - 22h18
(atualizado às 22h58)
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Manifestantes comemoram redução da tarifa do transporte público durante protesto na Avenida Paulista com Peixoto Gomide, em São Paulo (SP), na noite desta quarta-feira
Manifestantes comemoram redução da tarifa do transporte público durante protesto na Avenida Paulista com Peixoto Gomide, em São Paulo (SP), na noite desta quarta-feira
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press

Pelo menos cinco manifestações ocorreram simultaneamente na noite desta quarta-feira em São Paulo. A informação foi confirmada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Um dos protestos ocupou parte da avenida Paulista, começando por volta das 19h e terminado às 22h.

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No Twitter, manifestantes dizem que a manifestação é para comemorar a redução das tarifas do transporte público em São Paulo, anunciada no fim da tarde pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pelo prefeito Fernando Haddad. 

Segundo a CET, também ocorreram manifestações na rodovia Régis Bittencourt, na avenida Washington Luís, em frente ao Aeroporto de Congonhas, na avenida Itaberaba, na Freguesia do Ó, e na avenida João XXIII, na Vila Formosa.

Um grupo de manifestantes fechou uma das vias da ponte Estaiada mais cedo. Durante o trajeto, eles protestaram em frente à Rede Globo, gritando palavras de ordem contra a emissora.

A estudante de Direito Juliana Martins da Silva, 21 anos, disse estar "bem satisfeita" com a redução da tarifa, mas ressaltou: "Protestamos para que a tarifa seja expressa na qualidade do transporte público de São Paulo".

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O protesto reunia vários adolescentes. Entre eles, Gabriel Chinalia, 14 anos, que disse estar nas ruas "porque tem muita coisa errada". A estudante Milena Miranda, 15 anos, afirmou que "valeu a pena" milhares de pessoas protestarem. "O Brasil precisa aprender a valorizar professores e médicos. Um jogador de futebol não pode ter mais valor do que quem cuida da nossa saúde e da nossa educação", disse.

Por meio do Facebook, o Movimento Passe Livre disse que "o protesto generalizado que ocorre hoje em São Paulo tornou claro o nível de indignação da população em relação ao aumento da tarifa". Os atos se espalharam não somente pelo centro como por diversas regiões da periferia da cidade, como Cidade Dutra, Raposo Tavares, Socorro e M'Boi Mirim.

Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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