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Após tumulto com 27 feridos, Polícia Civil diz que vândalos não são de MG

23 jun 2013 - 19h58
(atualizado às 20h55)
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<p>Segundo chefe da polícia, grupos oriundos de SP, RJ e RS se infiltraram em protesto</p>
Segundo chefe da polícia, grupos oriundos de SP, RJ e RS se infiltraram em protesto
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

Após mais um sábado intenso de manifestações em Belo Horizonte, onde 32 pessoas foram presas e ao menos 27 ficaram feridas, as polícias Civil e Militar, em coletiva de imprensa na tarde deste domingo, consideraram como lamentável toda a situação em Minas Gerais. Além de todo o problema que é necessário ser trabalhado, o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão, explicou que foi identificado que parte dos vândalos que atacaram autoridades e a capital mineira nos últimos dias não são de Minas Gerais.

"Alguns inquéritos já foram instaurados e vamos trabalhar para buscar esses vândalos. O número ainda não podemos falar, tem grupos de fora do Estado, eles se organizaram para vir para Minas para provocar o vandalismo e não podemos tolerar essa situação. Não vamos tolerar. Tem grupos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro", argumentou.

No entanto, Brandão disse que os vândalos estão sendo identificados e inquéritos já foram instaurados. "As imagens são analisadas pela Polícia Civil, estamos em estágio avançado e pretendemos detectar esses loucos e indiciar em inquérito policial. Peço ainda a colaboração de contar com a imprensa e sociedade para encaminhar para a polícia mais imagens para ajudar. Não podemos tolerar a anarquia. É um pequeno grupo que não reflete o sentimento", explicou.

O chefe da Polícia Civil mostrou ainda à imprensa qual é o perfil desses vândalos que, segundo ele, invadiram Belo Horizonte. "São pessoas que vêm apenas com a vontade de tumultuar. Todos que identificamos têm passagens por outros crimes, alguns por tráfico de drogas, outros por lesão corporal, entre outros. É importante saber que estamos lidando que essas pessoas e entender o modo que estão agindo", explicou.

Para o coronel Márcio Santana, comandante geral da PM mineira, o modo como esses grupos agem atrapalha ainda mais o trabalho da polícia. "Ainda estamos buscando identificar como fazem. Fato é que eles trocam de roupa durante o trajeto estabelecido ou chegam apenas para o combate. Eles ainda colocam capacetes, máscaras ou as próprias blusas no rosto dificultando o trabalho. E mostram claramente que o propósito é tumultuar o ambiente", disse.

Santana explicou ainda que acredita que as polícias terão muito trabalho, pois o movimento está muito forte. "Ainda tem muita coisa para acontecer, em razão da força do movimento, acreditamos que muita coisa vai acontecer. Quero enaltecer a participação dos PMs que toleraram. Nossas linhas não recuaram. Reprimimos quem não sabe viver em sociedade", finalizou.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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