Associações usam militância como critério para Minha Casa Minha Vida
Líderes de entidades voltadas à luta por moradia filiados ao PT usam critérios políticos na gestão de parte da verba de R$ 238,2 milhões repassada pelo governo federal pelo programa Minha Casa Minha Vida Entidades para a construção de casas populares em São Paulo. Em vez de priorizar a renda na escolha dos beneficiados pelas casas construídas com a verba pública, as associações beneficiam quem participa de atos e manifestações de sem-teto ao distribuir moradias. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por petistas. Entre os gestores dos recursos do programa estão funcionários que trabalham na gestão do prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), candidatos a cargos públicos e também uma militante morta há dois anos.
Segundo o jornal, para receber um imóvel, os associados seguem também regras estabelecidas pelas entidades que não estão previstas pelo programa federal. De acordo com a publicação, a primeira exigência das entidades é o pagamento de mensalidade, além de uma taxa de adesão. As pessoas que pagam em dia as taxas e frequentam eventos das associações têm vantagem no momento da escolha.
A líder comunitária Maria José da Cruz Guimarães, 60 anos, morta em março de 2011, aparece como a gestora de uma verba de R$ 10,4 milhões do Programa Minha Casa Minha Vida para a construção de 200 moradias populares na região do Valo Velho, na zona sul da capital paulista.
Maria era presidente da associação do Conjunto Modelar, que hoje é comandada por seu ex-marido, Edson Galdino, também ligado ao PT.
O Ministério das Cidades afirmou que desconhece o uso de critérios políticos na escolha de beneficiados pelo programa Minha Casa Minha Vida. De acordo com a pasta, as entidades podem criar regras adicionais, sem precisar aprová-las no governo. O ministério disse também que não pode interferir em regras internas dos movimentos de moradia.