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Ativistas pintam frase "silêncio é apagamento" no Minhocão

Além da frase '#vidas pretas importam' na Avenida Paulista, o grupo pintou a hashtag '#o futuro é uma mulher preta' na Avenida Nove de Julho

28 nov 2020 - 13h42
(atualizado às 13h56)
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Um grupo de ativistas pintou a frase "#silêncio é apagamento" na madrugada deste sábado, 28, no Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, no centro de São Paulo. A inscrição cobriu as duas pistas da via expressa (sentidos bairro e centro) do elevado.

Intervenção coletiva independente foi realizada pelo grupo @nosartivistas
Intervenção coletiva independente foi realizada pelo grupo @nosartivistas
Foto: Divulgação @volpeimagens / Estadão Conteúdo

A ação faz parte das manifestações motivadas pelo assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por dois seguranças do supermercado Carrefour Passo D'Areia, em Porto Alegre (RS), que ocorreu na quinta-feira,19.

Junto com a inscrição "#silêncio é apagamento", o grupo divulgou uma declaração: "Silenciar é uma violência. A violência da indiferença. De fingir não ver e de fingir não ser com você. Silêncio é apagamento quando não se contam as narrativas e as memórias, sufocando a identidade. Negra/Negro/Preta/Preto/Feminina/Trans LGBTQIA+. Do morador de rua, da falta de moradia, de educação, saúde, alimento. Das mazelas desta sociedade. A presidência deste país tenta apagar o racismo estrutural vivido dia a dia por milhares de Brasileiros. BASTA! Silêncio é apagamento."

O coletivo iniciou a pintura no Minhocão na noite desta sexta-feira, 27, e terminou por volta das 6h da manhã deste sábado. A intervenção coletiva independente foi realizada pelo grupo @nosartivistas.

De acordo com o artista plástico e produtor cultural Netto Duarte, membro do grupo @nosartivistas, a intenção das pinturas é atingir o maior número de pessoas. "Colocar o dedo na ferida, jogar luz no debate. A arte tem essa potência de despertar a reflexão", disse Duarte.

Segundo Duarte, mais duas frases serão pintadas em avenidas de São Paulo. "Ao todo são cinco mensagens que dialogam entre si sobre a questão do racismo estrutural", explicou Duarte.

Em nota, a Prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Cultura apoiou a intervenção dos artistas que pintaram a mensagem no Minhocão.

Na noite de quinta-feira, 26, o grupo iniciou a pintura da frase "#o futuro é uma mulher preta" na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, na altura da Alameda Lorena.

Na madrugada do dia 20, em manifestação contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, os ativistas pintaram a hashtag #vidas pretas importam" em uma das pistas da Avenida Paulista, sentido Rua da Consolação, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Estadão
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