Ativistas sobem em árvore contra reintegração no Pq. Augusta
Pouco após as 9 horas, manifestantes iniciaram passeata rumo à sede da Prefeitura de São Paulo
Um grupo de cinco manifestantes resolveu protestar nesta quarta-feira contra a reintegração de posse do parque Augusta, região central de São Paulo, subindo em árvores. Um contingente maior, de aproximadamente 200 ativistas e simpatizantes do parque, chegou a afirmar que só deixaria o local ante a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), mas, por volta das 9h10, saiu em passeata pela Augusta rumo à prefeitura.
Há pelo menos 100 policiais na ação.
A grande maioria dos defensores da área a desocupou entre as 5h e as 7h, diante da Polícia Militar e de oficiais de Justiça. Eles pretendiam desde cedo seguir caminhada até a prefeitura para plantio de mudas de árvores no Vale do Anhangabaú. Com a resistência do grupo menor, passaram a exigir a presença de Haddad ou do secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, para mediar o conflito e se manifestar sobre a desapropriação da área, causa abraçada pelos ativistas.
De acordo com o advogado Daniel Biral, do coletivo Advogados Ativistas, o Executivo municipal sinalizou para que representantes do grupo se encontrassem na prefeitura com a vice-prefeita, Nádia Campeão (PCdoB), o que eles não aceitaram.
Uma ativista pró-parque, identificada como Isabela, 25 anos, mostrou marcas de cassetete nas duas pernas. "Antes de ser qualquer coisa, sou pedestre, estava na calçada e os carros da PM avançaram. Não ofereci resistência, não agi com violência, mas eles vieram com tudo", disse.
Na rua Marquês de Paranaguá, a PM fez um cordão de isolamento e impediu que ativistas, jornalistas e moradores passassem, de um lado a outro.
A situação gerou protestos de moradores e trabalhadores da vizinhança.
"Isso é um absurdo. A polícia não pode criar um problema para resolver outro", afirmou o engenheiro Francisco Bueno, 35 anos, que mora em frente ao parque.
"Não tinha necessidade desse cerco e desse circo, não acho que os manifestantes ofereçam algum risco", declarou o advogado Arthur Goes Aprigio, 44 anos, também vizinho ao parque.
O comandante da operação de reintegração, major Luiz Augusto Âmbar, alegou que o isolamento foi necessário "para garantir a segurança e a integridade de todos", mas não se referiu contra quem.
A reintegração foi solicitada pelas empresas Albatroz Investimentos Imobiliários e Flamingo Investimentos Imobiliários, proprietários da área.