Paralisação fecha agências bancárias na avenida Paulista
Grande parte das agências bancárias da avenida Paulista, na região central da capital, amanheceram fechadas hoje (15). As que abriram as portas tiveram faixas colocadas com mensagens relativas ao Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência. Apesar de a mobilização ter atingido uma área simbólica da cidade, com alta concentração de agências, em outros bairros o atendimento ocorre normalmente.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, além das agências, a paralisação atingiu ainda alguns centros administrativos de bancos públicos e privados. O movimento também protesta contra a proposta de regulamentação da terceirização, em tramitação no Congresso Nacional.
"Os bancários estão muito insatisfeitos, preocupados e vão cobrar os deputados por essa reforma", disse Juvandia. Para ela, o governo deveria buscar outras formas de equalizar os problemas de financiamento das aposentadorias, como a cobrança das empresas que estão em débito com o sistema de seguridade social. "Tem que cobrar os devedores. O governo tem que ser severo na cobrança", enfatizou.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou, em nota, que o movimento não teve impactos significativos. "O sistema bancário funciona normalmente. Caso o cliente encontre alguma agência com acesso bloqueado, pode se dirigir a outra agência ou buscar os canais eletrônicos de atendimento", diz o comunicado.
Transporte coletivo
As paralisações contra a reforma da Previdência afetaram o sistema de transporte público da capital paulista. Os trens do Metrô, que normalmente começam a circular às 4h40, só começaram a operar parcialmente por volta das 6h25 e quase toda a frota de ônibus, que soma 14,6 mil unidades para o transporte médio diário de 9,6 milhões de pessoas permaneceu parada até por volta das 9h. Só nos trens do Metrô, viajam, diariamente, cerca de 3,2 milhões de passageiros.
Outros protestos bloquearam o trânsito em diversas partes da cidade. Manifestantes interromperam a passagem de veículos no viaduto Dona Paulina, no centro da cidade; na Ponte Santos Dias da Silva; na avenida Teotônio Vilela, na zona sul e na rua Alvarenga, no lado sudoeste, próximo à entrada para o campus da Universidade de São Paulo (USP).
Como resultado, às 9h30, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 201 quilômetros (km) de congestionamento na região do centro expandido, um recorde para o horário, bem acima da média - entre 53km e 89km.