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'Atuamos na preservação à vida', diz Beltrame sobre vandalismo em protesto

Governo convocou coletiva de imprensa nesta quinta-feira para falar sobre manifestações

18 jul 2013 - 10h12
(atualizado às 10h49)
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Depois de mais uma noite de protestos em frente à casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon, o próprio governador convocou uma reunião de emergência na manhã desta quinta-feira no Palácio Guanabara. O secretário José Mariano Beltrame, a chefe da policia civil, Martha Rocha e o comandante da policia militar, Erir da Costa Filho deram as primeiras explicações sobre que medidas serão tomadas para conter os manifestantes.

"Ontem, mais uma vez a PM, no sentido de garantir a manifestação pacifica, como todos apoiamos, atuou de forma pactuada com entidades da sociedade civil, mas, mais uma vez, alguns manifestantes insatisfeitos com a paz e a tolerância promoveram cenas que todos nós assistimos. Estamos aqui para dizer a todos que atuamos na preservação à vida. Buscamos um mundo perfeito. Ocorre que estamos tratando de turba, de ações difíceis e complexas, onde colocam a policia entre a prevaricação e o abuso de autoridade", disse, afirmando que busca uma solução intermediária dentro de um cenario caótico.

Para Beltrame, cada ato praticado pela policia é preciso ter critério. "Uma ação um pouco diferenciada pode ser um abuso", relatou, destacando que a policia está aprendendo nos últimos 30 dias. "Nunca tínhamos passado por situações de coquetéis molotov, mascarados, estilingues incendiários", citou, ao citar que não há como trabalhar de maneira fria.

Beltrame disse ainda que a policia vai seguir estudando as suas ações dia a dia porque, segundo ele, as manifestações são flexíveis. "Já temos elementos para talvez atuar de alguma outra forma. Queremos ordem em toda a cidade, tanto em lugar pacificado quanto em outros lugares", disse, evocando que até os direitos humanos exigem ordem.

O secretário de segurança disse que não existe solução mágica para acabar com o que chamou outra vez de "turba".

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 
Fonte: Terra
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