Acusado de morte de capoeirista tem preventiva decretada
Moa do Katendê era um conhecido produtor cultural; discussão teve motivação política
O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, autor das 12 facadas que mataram o mestre de capoeira e ativista cultural negro Romualdo Rosário da Costa, 63, conhecido como Moa do Katendê, teve a prisão em flagrante transformada em preventiva nesta quarta-feira, 10, em audiência de custódia.
A decisão de manter o barbeiro preso foi do juiz Horácio Pinheiro. O magistrado considerou que havia "prova de existência do crime" e "indício suficiente de autoria". O assassino confesso será encaminhado para o presídio de Salvador, na Mata Escura, onde vai aguardar o julgamento.
A polícia informou que a faca usada no crime foi encontrada na casa do barbeiro. Ele já estava preso desde o dia do crime. Paulo Sérgio admitiu que uma discussão política foi a motivação do crime que ele cometeu na madrugada desta segunda-feira, 8, em um bar na Avenida Vasco da Gama, próximo ao Dique do Tororó, em Salvador.
Uma discussão entre ele, que votou e defendeu o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, à Presidência, e o dono do bar, apoiador de Fernando Haddad (PT), foi o estopim para o fato. De acordo com os depoimentos, o mestre de capoeira, que também optou pelo petista nas eleições 2018, entrou na discussão criticando Bolsonaro.
O acusado, que segundo a polícia havia ingerido bebida alcoólica, foi em casa e voltou com uma peixeira, que usaria para golpear a vítima. Ele confessou ter atingido as costas e o pescoço do capoeirista.
Um primo do mestre de capoeira, que tentou defender ele do ataque a facas, também foi ferido. Germinio Pereira tem 51 anos e foi atingido no braço e socorrido por transeuntes para o Hospital Geral do Estado (HGE), que fica nas imediações. Ele teve alta hospitalar nesta quarta-feira.