Bebida que matou quatro pessoas em Barueri continha 'doses cavalares de cocaína', diz delegado a TV
Grupo de moradores de rua dividiram bebida e foram levados à hospital com suspeita de envenenamento. Polícia Civil permanece investigando o caso
SÃO PAULO - A perícia em uma bebida ingerida por um grupo de moradores de rua em Barueri identificou a presença de cocaína misturada ao álcool, segundo informações divulgadas pela TV Globo nesta sexta-feira, 22. A análise feita pela Polícia Técnico-científica foi concluída nesta sexta-feira, 22, e deve ajudar a polícia a entender o que causou a morte de quatro pessoas que tinham ingerido a bebida; outras quatro foram internadas após tomarem o líquido.
"O IC (Instituto de Criminalística) nos disse que foram encontradas doses cavalares de cocaína, além do álcool etílico", disse o delegado Anderson Giampaoli, titular da Delegacia de Barueri, à TV Globo. "Eles tinham o hábito de beber pinga. Segundo o IC foi encontrado 51 mg [de cocaína] por mililitro de álcool. É mortal, porque a literatura médica afirma que um ser humano comum, adulto, que não seja viciado, a dose letal seria de 1,2 g. Se dividirmos o que sobrou da bebida e calculando o que foi ingerido daria 1,5 g de cocaína. O álcool potencializa o efeito", disse ao canal.
"Nós continuamos investigando, não descartamos nenhuma hipótese, podemos estar diante da possibilidade de alguém ter colocado cocaína na bebida, ou estarmos diante de uma cocaína líquida ou alguém ter perdido a droga", esclareceu o delegado, segundo a reportagem.
No sábado, 16, por volta das 8h30, oito pessoas deram entrada no Pronto-Socorro Central de Barueri com indícios de envenenamento. Edson Sampaio, de 40 anos, Luiz Pereira da Silva, de 49, Marlon Alves Gonçalves, de 39 e Denis da Silva, cuja idade não foi divulgada, morreram.
Além deles, Renilton Ribeiro Freitas, Silvia Helena Euripes, Sidnei Ferreira de Araújo Leme e Paulo Cezar Pedro também ingeriram o líquido e ficaram internados até a quarta-feira, 20, quando receberam alta.
Vinicius de Salles Cardoso, de 31 anos, recebeu alta médica na terça-feira, 19, e teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça. Segundo a polícia, em duas versões distintas, Cardoso, que já está preso, apresentou incoerências na forma como ele conseguiu a garrafa com o líquido que foi entregue a um grupo e acabou com a morte de quatro pessoas.