Bolsonaro comemora Enem sem menção à ditadura: "Nunca houve"
Comentário do presidente ocorreu durante transmissão ao vivo semanal pelo Facebook, onde ele também comentou a situação da Bolívia e a invasão da embaixada venezuelana
O presidente Jair Bolsonaro comemorou a realização "sem problemas" do segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apesar de ter ressaltado que, para grande parte da prova, "nós tivemos que usar coisas previstas dos governos anteriores".
"A imprensa veio reclamar que não houve questão sobre ditadura. Parabéns, imprensa! Nunca houve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa que, sem querer polemizar, você tinha direito de ir e vir, liberdade de expressão, e votava? Querem chamar de ditadura, podem continuar chamando", disse em sua transmissão ao vivo semanal no Facebook.
O presidente também comentou a proposta do ministro Paulo Guedes de extinguir os municípios com menos de cinco mil habitantes e arrecadação própria inferior a 10% da receita. Segundo o presidente, "lá atrás houve uma verdadeira indústria, uma festa de criação de município."
Bolívia
Bolsonaro disse que a queda do ex-presidente boliviano Evo Morales se deu por "suspeita ou certeza de fraude das eleições". Ele afirmou que Morales "segundo a OEA, abusou e fraudou o processo eleitoral" e afirmou, sobre o Brasil: "Vamos votar, se Deus quiser, no começo do ano que vem, um projeto de lei de modo que você possa auditar uma eleição". "Não podemos ter essa suspeita de fraude, como teve na Bolívia, porque um problema pode acontecer, de um lado ou de outro."
O presidente ainda comentou as eleições do ano passado: "Como um lado ganhou e muita gente tinha essa convicção que ia ganhar, não houve problema. Mas imagine se o outro lado (PT) ganha as eleições. Como é que a gente ia auditar esses votos? Nós temos a obrigação de ter um sistema de votação confiável por ocasião das eleições a partir de 2022".
Venezuela
A respeito da ocupação nesta quarta, 13, da embaixada venezuelana por apoiadores do presidente venezuelano autoproclamado Juán Guaidó, "nós tomamos uma decisão de fazer com que esse grupo se retirasse de lá". "Houve confusão no início. Deputados do Psol e do PT foram lá tumultuar o clima, mas conseguimos fazer com que essas pessoas saíssem da embaixada e tudo resolvido", afirmou o presidente.