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Bolsonaro parabeniza PM do Rio por operação que deixou mais de 20 mortos

O Ministério Público abriu um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação

25 mai 2022 - 07h54
(atualizado às 08h47)
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Jair Bolsonaro durante evento em Brasília
Jair Bolsonaro durante evento em Brasília
Foto: Wallace Martins / Reuters

O presidente Jair Bolsonaro parabenizou na noite de terça-feira, 24, a Polícia Militar do Rio de Janeiro pela operação policial que deixou ao menos 22 mortos na favela da Vila Cruzeiro, zona norte da capital fluminense, entre eles uma moradora de uma comunidade vizinha atingida por um disparo.

Em publicação no Twitter, o presidente disse que 20 "marginais" foram mortos, afirmou lamentar a morte de uma moradora em meio ao confronto e disse que a ideia da polícia era prender os suspeitos fora da comunidade, mas isso não foi possível, de acordo com ele, pelo ataque dos suspeitos aos policiais.

"Parabéns aos guerreiros do BOPE e da @PMERJ que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa", escreveu Bolsonaro na rede social sobre a operação, feita em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

"A operação vinha sendo planejada há meses e os agentes de segurança monitoravam os passos de chefões do tráfico com objetivo de prendê-los fora da comunidade, o que não foi possível devido ao ataque da facção, fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações."

Ao mesmo tempo que lamentou a morte de uma moradora de uma comunidade vizinha na operação, Bolsonaro também disse lamentar o que chamou de "inversão de valores de parte da mídia, que isenta o bandido de qualquer responsabilidade, seja pela escravidão da droga, seja por aterrorizar famílias, seja por seus crimes cruéis".

O presidente exaltou ainda o fato de a polícia ter apreendido na operação 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e "uma grande quantidade de drogas".

Bolsonaro tem nos policiais uma importante base eleitoral e defende o "excludente de ilicitude", que isentaria o agente de segurança de ser responsabilizado por atos que comete no exercício da função.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro abriu um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação na Vila Cruzeiro e informou em nota que determinou que a PM envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, "ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais".

O órgão recomendou, ainda, que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial para que sejam comparados com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas da operação desta terça-feira.

No ano passado, 28 pessoas morreram, entre elas um policial civil, durante operação policial na favela do Jacarezinho, também na zona norte da capital fluminense. Segundo a polícia, a maioria dos mortos tinha ligação com o tráfico de drogas. Foi a ação mais letal da história da polícia no Estado.

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