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Bombeiros emitem laudo favorável a desfiles no sambódromo do Rio

Vistoria durou cerca de três horas; para carnaval ser liberado, ainda é necessário que Riotur e Liesa assinem termo de compromisso

1 mar 2019 - 11h14
(atualizado às 16h52)
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RIO - Faltando menos de dez horas para a abertura do carnaval no sambódromo, o Corpo de Bombeiros concluiu uma inspeção de emergência na passarela do samba e liberou a realização da festa. A vistoria, que durou aproximadamente três horas, foi feita a pedido da Justiça e tinha por objetivo principal checar os equipamentos de segurança contra incêndio. A festa, no entanto, só poderá acontecer se a Riotur e a Liga das Escolas de Samba (Liesa) assinarem um termo de responsabilidade.

Em nota oficial, os bombeiros afirmaram que "entregarão um laudo técnico às autoridades do Judiciário". Mas adiantaram que, "no momento, não se opõem à realização do evento". A corporação informou, no entanto, que há algumas pendências de documentação que devem ser cumpridas pelo responsável legal da Marquês de Sapucaí. A nota cita como exemplo, anotações de responsabilidade técnica de instalações elétricas e estrutura (pareceres de engenharia e arquitetura).

Os bombeiros chegaram ao sambódromo um pouco antes das 10h da manhã. Eles começaram a vistoria pelo setor 2, dos camarotes. A inspeção terminou por volta das 13h. Foram checadas mangueiras de incêndio e instalações elétricas. O vice-presidente da Riotur, Lúcio Macedo, esteve pela manhã no sambódromo, acompanhando o trabalho dos bombeiros, mas não deu entrevista.

A decisão judicial por uma vistoria emergencial, tomada no início da noite de quinta-feira, atendeu a um pedido do Ministério Público, que entrou com uma ação solicitando a interdição do sambódromo, caso a liberação dos bombeiros não fosse apresentada. O MP pediu também a assinatura de um termo de responsabilidade por parte da Riotur e da Liesa - o que também foi pedido na decisão judicial. A Procuradoria se mostrava preocupada com as condições de segurança.

O MP havia argumentado que a estrutura, construída no meio dos anos 1980, representa risco à vida e à integridade física de espectadores e integrantes das agremiações que passarão por lá a partir desta sexta-feira. Há arquibancadas com vãos nas estruturas, buracos e vergalhões expostos, como constatou na quinta-feira, 28, o Estado.

A ação se baseia em inquérito aberto após o grande incêndio que destruiu diversos barracões das escolas em 2011, na Cidade do Samba, na zona portuária. É ali que as principais escolas preparam os seus desfiles.

Há 21 dias, um incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, em Vargem Grande, na zona oeste, matou dez atletas dos times de base do clube e deixou outros três jovens feridos. No ano passado, um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional e seu precioso acervo. Os casos chamaram a atenção para a questão dos alvarás de funcionamento dos bombeiros e deixaram os procuradores preocupados.

Na nota dos bombeiros, a corporação informou ainda que já havia notificado a Riotur sobre a legalização do espaço no que diz respeito à segurança contra incêndio e pânico, em março do ano passado. A Riotur e a Liesa não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto. A Prefeitura tampouco se manifestou.

Os bombeiros informaram ainda que "estarão presentes no local (sambódromo) com cerca de 200 militares, além de viaturas de atendimento pré-hospitalar e de combate a incêndio, como parte da tradicional operação carnaval da instituição para reforçar a segurança no local".

A abertura oficial do carnaval no sambódromo está prevista para às 22h30 desta sexta-feira, com o desfile das escolas de samba do grupo A, de acesso.

Estadão
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