Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Botos da Amazônia ganham chips para ter saúde monitorada

Na última semana, pesquisadores realizaram uma importante expedição no Lago Tefé, localizado na Bacia Amazônica, com o intuito de avaliar a saúde dos botos

22 ago 2024 - 14h23
Compartilhar
Exibir comentários

Na última semana, pesquisadores realizaram uma importante expedição no Lago Tefé, localizado na Bacia Amazônica, com o intuito de avaliar a saúde dos botos. Essa ação busca evitar a repetição das trágicas mortes ocorridas em 2023, quando centenas desses mamíferos pereceram devido à seca severa na região.

Na última semana, pesquisadores realizaram uma importante expedição no Lago Tefé, na Bacia Amazônica, para avaliar a saúde dos botos
Na última semana, pesquisadores realizaram uma importante expedição no Lago Tefé, na Bacia Amazônica, para avaliar a saúde dos botos
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Durante a seca de 2023, os baixos níveis do rio causaram um aumento significativo na temperatura da água, tornando-a insuportável para os golfinhos. Além dos botos, milhares de peixes também morreram devido à falta de oxigênio. Para prevenir que essa situação se repita, pesquisadores do Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável decidiram monitorar de perto a saúde desses animais.

Monitoramento dos botos no Lago Tefé

A expedição incluiu a captura de botos para instalar microchips que permitem o monitoramento via satélite. Esses dispositivos também possibilitam a medição remota da temperatura da água, ajudando a entender melhor como esses animais reagem ao calor extremo. No ano passado, mais de 200 golfinhos morreram no Lago Tefé devido à extrema seca.

Os pesquisadores realizaram exames de sangue e outros testes nos golfinhos capturados, devolvendo-os ao lago imediatamente após a conclusão do trabalho. Para evitar o estresse dos animais, os pescadores tomaram cuidado especial com uma fêmea adulta, mantendo-a próxima de seus filhotes durante todo o processo.

O que causa a morte dos botos?

Os botos da bacia Amazônica são uma espécie única de golfinhos de água doce, encontrados apenas nos rios da América do Sul. Eles possuem ciclos reprodutivos mais lentos, o que os torna especialmente vulneráveis a ameaças ambientais. Por isso, a líder do projeto, Miriam Marmontel, destaca a importância de entender as causas das mortes, para reagir rapidamente às condições adversas.

"Nosso objetivo é aprender mais sobre a saúde dos golfinhos em momentos críticos, como quando os níveis de água começam a baixar e as temperaturas a subir", afirmou Marmontel à Reuters. A identificação de mudanças significativas, seja por temperaturas mais altas ou pela presença de toxinas ou poluentes na água, é crucial para a preservação desses mamíferos.

A expedição recebeu apoio da National Marine Mammal Foundation of California, cujos pesquisadores auxiliaram na realização de exames de ultrassom nos golfinhos. Esse esforço conjunto visa descobrir agentes contaminantes e entender melhor a saúde desses animais. A principal área de pesquisa é o Lago Tefé, uma grande extensão de água próxima ao Rio Solimões, onde os botos preferem se localizar.

Durante a seca de 2023, as temperaturas da água subiram para 40,9°C, enquanto a média normal para a época era cerca de 10°C a menos. Atualmente, a água está em 30°C, conforme explicou Ayan Fleischmann, pesquisador de geociências do Instituto Mamirauá.

Impacto das mudanças climáticas

As mudanças climáticas são frequentemente apontadas como a principal causa das secas e ondas de calor severas. Ativistas ambientais alertam que a tendência é de piora, caso medidas não sejam tomadas. Na Amazônia, a água é um recurso vital não só para o meio ambiente, mas também para as comunidades locais, que dependem dela para seu deslocamento e subsistência. A estiagem na região é atualmente, em média, cinco semanas mais longa do que na década de 1980.

Perfil Brasil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade